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O Papa encoraja a associação Lazare em seus 10 anos de fundação

A associação Lazare é uma comunidade francesa que nasceu em 2011 graças a Étienne Villemain, cujos membros partilham suas casas com os sem-teto.

Vatican News

A dignidade da pessoa humana, o perdão, a riqueza da Igreja: estas são algumas das perguntas respondidas pelo Papa Francisco na sexta-feira, 29 de maio, recebendo uma pequena delegação da Associação francesa “Lazare” (Lázaro) na Casa Santa Marta, em seu décimo aniversário de fundação.

Uma comunidade peculiar, nascida em 2011 graças a Étienne Villemain, cujos membros, há anos, partilham suas casas com os sem-teto. Devido à emergência do coronavírus, apenas oito pessoas participaram do encontro com o pontífice, mas as outras acompanharam a audiência por videoconferência, através de um tablet e puderam dialogar com o pontífice por mais de uma hora. O vídeo do encontro foi divulgado pela própria associação, nesta sexta-feira (05/06), ao meio-dia.

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A dignidade é a condição para viver bem

Em particular, respondendo a uma pergunta sobre a dignidade da pessoa humana, sobretudo de quem tem deficiência mental, o Papa disse: “Você pode ser o melhor esportista, pode ter uma saúde de ferro, mas se não tiver dignidade, não vale nada”, porque a dignidade é “a condição para viver bem”. Rico ou pobre, doente ou saudável, a dignidade é “um modo de viver diante de Deus e dos outros”, “com toda a força interior que vem do ser filho de Deus” e “a humildade de saber que você não é o pai de Deus”, destacou o pontífice.

Interrogado sobre a capacidade de perdoar, o Papa sublinhou que perdoar para ser perdoado “é um bilhete de ida e volta”. Como a capacidade de perdoar pode exigir “uma vida inteira”, Francisco evidenciou que é importante “percorrer os caminhos do perdão” com calma e humildade, até ver o próprio coração curado. Pelo contrário, ódio e ressentimento são “más riquezas” que “não enriquecem”. É uma questão de viver “com o Evangelho na mão e no coração”, acrescentou o pontífice, reiterando que “a vida do cristão deve ser um testemunho” porque, citando Bento XVI, a Igreja não cresce por proselitismo, mas através do testemunho. Como exemplo, Francisco recordou Charles de Foucauld que em breve será canonizado.

Ter um coração pobre

Uma pergunta dizia respeito à riqueza da Igreja: “Por que a Igreja é tão rica quando há tantas pessoas pobres no mundo?” E o Papa respondeu explicando que “Igreja” é uma palavra “muito genérica”. Como regra geral, explicou ele, “podemos dizer que, na medida em que uma pessoa pertence à riqueza, ao dinheiro, ela se afasta de Deus. Significa que tem o seu coração apegado ali. Quanto mais a pessoa se aproxima de Deus, mais pobre se torna. Ao mesmo tempo, existem pessoas ricas que “administram a riqueza segundo o Evangelho”, com “um coração pobre”.

Olhando para o mundo eclesiástico, o Pontífice reiterou: “Um Papa ou os bispos, sacerdotes, religiosos e religiosas: quando uma dessas pessoas é rica, é um escândalo para a Igreja”. De fato, quem é chamado a seguir Jesus de perto deve estar longe de toda riqueza e ter um coração pobre. E se alguém é chamado para administrar a riqueza, isso não deve ser para o bem pessoal, mas para o serviço aos outros. A esse respeito, citando Santo Inácio de Loyola, Francisco lembrou que a pobreza é a “mãe da vida” porque cria generosidade, o dom de si aos outros.

Respondendo a uma pergunta sobre a possibilidade de abrir uma casa “Lazare” no Vaticano, Francisco explicou que, de fato, não falta espaço, mas falta “a coragem do Papa” para fazê-lo. No entanto, ele garantiu aos presentes que rezará por isso.

Por fim, ao concluir a conversa, o Pontífice deixou a todos um tema para a reflexão: “Como respondemos à generosidade e ao amor que recebemos?”.

Vatican News - IP/MJ

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05 junho 2020, 18:18