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Papa a jornalistas cristãos: a narração do belo alimenta o mundo de esperança

Sobretudo neste período difícil da pandemia, os profissionais especializados da mídia cristã são chamados a “oferecer um testemunho novo no mundo da comunicação sem esconder a verdade ou manipular a informação”, disse Francisco a uma delegação de jornalistas belgas recebidos nesta sexta-feira (18), no Vaticano. Uma comunicação que fale da beleza e da ternura que mora em nós, “porque só quando o futuro é aceito como uma realidade positiva e possível, é que o presente também se torna habitável”.

Andressa Collet – Vatican News

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O Papa Francisco recebeu na manhã desta sexta-feira (18), no Vaticano, uma delegação de profissionais provenientes da Bélgica que trabalha para a revista semanal cristã “Tertio”, por ocasião dos 20 anos de atividades que permitiram fazer “uma boa reputação”. E justamente sobre o nome do veículo de comunicação, o Pontífice fez questão de enaltecer que “Tertio” faz referência à Carta Apostólica de São João Paulo II, de 1994, isto é, “Tertio millennio adveniente”, relativa à preparação para o Grande Jubileu do Ano 2000 para “acolher Cristo e a sua mensagem libertadora”. Uma menção, portanto, que apela à cultura do encontro, à esperança e dá voz à Igreja e aos intelectuais cristãos num cenário mediático cada vez mais secularizado, explicou o Papa.

A contribuição da mídia especializada

O discurso de Francisco, então, discorreu sobre a importância da informação na sociedade de hoje, em especial da contribuição da mídia especializada na vida da Igreja, para o crescimento de um novo modo de vida, livre de todas as formas de preconceito e de exclusão”: “quando é de qualidade, (a informação) nos permite compreender melhor os problemas e os desafios que o mundo enfrenta, e inspira os comportamentos individuais, familiares e sociais”.

O Papa chegou a fazer referência à Mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais deste ano quando falou da necessidade que temos de uma “narração humana, que nos fale de nós e do belo que mora em nós”, em meio  à atual “confusão de vozes e de mensagens que nos rodeiam”. E “os protagonistas dessa ‘narração’”, disse Francisco ao grupo belga, são os profissionais da mídia cristã.

“A comunicação é uma missão importante para a Igreja. Os cristãos empenhados nesse campo são chamados a pôr em prática de uma forma muito concreta o convite do Senhor para ir ao mundo e anunciar o Evangelho (cf. Mc 16,15). Devido à sua elevada consciência profissional, o jornalista cristão deve oferecer um testemunho novo no mundo da comunicação sem esconder a verdade ou manipular a informação.”

A narração do belo hoje para o futuro de esperanças

Francisco também recorreu a João Paulo II para enaltecer como a Igreja olha para os profissionais de comunicação com confiança e expectativa porque são “chamados a ler e interpretar o tempo presente e a identificar os percursos para uma comunicação do Evangelho segundo as linguagens e a sensibilidade do homem contemporâneo". E o Papa, então, exortou ao universo cristão da comunicação:

“O profissional de informação cristã deve, portanto, ser um portavoz de esperança, um portador de confiança no futuro. Porque só quando o futuro é aceito como uma realidade positiva e possível, é que o presente também se torna habitável. Essas reflexões podem inclusive nos ajudar, especialmente hoje, a alimentar a esperança na situação de pandemia que o mundo está atravessando. Vocês são semeadores dessa esperança em um amanhã melhor. No contexto desta crise, é importante que os meios de comunicação social contribuam a garantir que as pessoas não fiquem doentes de solidão e possam receber uma palavra de conforto.”

 

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18 setembro 2020, 12:18