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Papa liga para Pe. Lancellotti e manifesta seu amor pela população de rua

“O Papa disse que nos acompanha com carinho, sabe das dificuldades que vivemos e para que não desanimemos e tenhamos coragem, como Jesus, estando sempre junto dos pobres”, contou o sacerdote.

Vatican News

O Papa Francisco telefonou ao Padre Julio Renato Lancellotti, Vigário Episcopal para a Pastoral do Povo da Rua da Arquidiocese de São Paulo, na tarde deste sábado (10/10) para manifestar sua proximidade à população em situação de rua nesse período de pandemia.

Em entrevista ao jornal O SÃO PAULO, Padre Julio relatou que, às 14h15, recebeu um telefonema de um número não identificado e, quando atendeu, o Pontífice se apresentou: “Sou o Papa Francisco”, perguntando-lhe se desejava falar em espanhol ou italiano.

Em seguida, o Santo Padre informou que viu as fotos do atendimento realizado para a população de rua durante a pandemia, que lhes foram enviadas recentemente por intermédio da Rádio Vaticano/Vatican News.

“O Papa disse que nos acompanha com carinho, sabe das dificuldades que vivemos e para que não desanimemos e tenhamos coragem, como Jesus, estando sempre junto dos pobres”, contou o sacerdote.

Francisco também pediu ao Padre Julio que transmitisse à população de rua que ele os ama muito, os abençoou, pedindo-lhes também suas orações por ele.

“O Papa foi muito simples e próximo, como se conversássemos todos os dias”, destacou o Vigário Episcopal, que ficou emocionado e surpreso com o telefonema. “Eu levei um susto. Quanto ele disse que era o Papa Francisco, fiquei incrédulo no primeiro momento”, disse.

A carta

Na sua carta ao Papa Francisco, padre Lancelotti afirma que Seu Pontificado é fonte permanente de força, de coragem e de inspiração para continuarmos na defesa dos pobres neste momento tão difícil pelo qual passa o mundo, mas de modo especial pelo qual passa o Brasil.

Buscam vencer-nos pelo cansaço, - continua - que, sem dúvida, já nos abate, dada a quantidade inimaginável e sem precedentes de violações à dignidade das pessoas que fazem parte dos grupos vulnerados - indígenas, quilombolas e pessoas em situação de rua - violações estas que encontraram ainda mais espaço durante a pandemia que nos abate. É uma dilacerante constatação a de que uma grave crise sanitária seja palco para ainda mais violações em um país já marcado por não tratar bem seu povo mais pobre.

Gostaria de enviar-lhe algumas das imagens (padre Lancelotti enviou ao Papa algumas fotografias) dos momentos do nosso acolhimento diário das pessos em situação de rua em nossa paróquia. Os desafios não nos permitem parar até que a pandemia cesse. O povo da rua não tem tido chance de fazer o isolamento social necessário por falta de moradia, faltam-lhe alimentos para manterem uma imunidade minimamente adequada para enfrentarem o momento e faltam-lhe pias e chuveiros para higienização. Não os abandonaríamos e não os abandonaremos.

Na conclusão da sua carta pediu a ele à comunidade, para seguirem nessa batalha, uma bênção. Disse ainda que muito lhe honraria visitá-lo em Roma e receber sua bênção pessoalmente, mas sinto não ter mais condições físicas de enfrentar uma viagem.,concluiu. 

No Angelus, Papa falou do padre Lancellotti

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10 outubro 2020, 21:40