O encontro comovente entre o Papa e a família de pe. Roberto Malgesini
Benedetta Capelli/Mariangela Jaguraba – Vatican News
Na Audiência Geral desta quarta-feira (14/10), o Papa Francisco falou sobre o encontro com os pais idosos do pe. Roberto Malgesini, sacerdote de rua que amava os descartados, os últimos e necessitados. Há um mês, a sua morte violenta, em Como, fez com que o mundo descobrisse os traços de uma caridade silenciosa, feita de olhares, carinho e amor que não pede para ser correspondido.
Francisco contou que pe. Roberto foi morto enquanto ajudava e falou das lágrimas de seus pais:
As lágrimas daqueles pais são as lágrimas deles e cada um deles sabe o quanto sofreu ao ver o filho que deu a vida no serviço aos pobres. Quando queremos consolar alguém não encontramos palavras, porque não podemos chegar à sua dor, porque a sua dor é sua, as lágrimas são suas. O mesmo acontece conosco. A dor é minha, as lágrimas são minhas. Com essas lágrimas e essa dor me dirijo a Deus.
Dom Cantoni: pe. Roberto, testemunha da caridade
“Uma morte que reaviva a fé.” O bispo de Como, dom Oscar Cantoni, reflete sobre as palavras do Papa.
Dom Cantoni: Estamos muito gratos ao Papa Francisco por ter recebido toda a família de pe. Roberto Malgesini, sacerdote que foi assassinado brutalmente há um mês. O Papa abençoou os pais de pe. Roberto. Foi um momento muito emocionante. O Papa recordou que estas mortes reavivam a fé do povo de Deus. São pessoas que já estão no céu e do céu apoiam o caminho do povo de Deus, por vezes difícil, de uma forma muito especial e em particular daqueles que vivem diretamente para a evangelização. Saímos muito consolados deste encontro, fortalecidos na fé e na caridade.
Como os pais de pe. Roberto acolheram esta carícia do Papa?
Dom Cantoni: Em primeiro lugar, com grande emoção, mas também com grande gratidão, sabendo que através do Papa toda a Igreja reconheceu seu filho. Portanto, eles tiveram um grande sinal da ternura da Igreja para com os que sofrem.
O Papa Francisco, ao saber da morte de pe. Roberto, fez sentir sua proximidade, enviando o cardeal Krajewski para visitar seus pais. Todos esses sinais consolaram, na medida do possível, a família de pe. Roberto?
Dom Cantoni: Sim, o Papa enviou o cardeal Krajewski a Como para a liturgia fúnebre. No final da liturgia, ele quis ir a Alta Valtellina para levar uma saudação e beijar as mãos dos pais de pe. Roberto. Este foi um momento de grande delicadeza e de extrema proximidade.
Um mês depois, é possível colher os frutos dessa morte violenta?
Dom Cantoni: Há muitas pessoas que foram tocadas por pe. Roberto e ainda vivem à luz de seu testemunho. Sempre foi um testemunho silencioso, ele agia com muito silêncio. Como ele se calou quando estava entre nós, agora a sua voz, o seu testemunho torna-se um coro e muitas pessoas falam sobre isso em toda a Itália, mas eu ouso dizer também em outras partes do mundo.
O que resta de pe. Roberto em sua diocese, de sua atenção aos pobres, dos cuidados que ele tinha?
Dom Cantoni: Um cuidado e atenção, uma delicadeza especial para as pessoas em sofrimento, especialmente para os pobres, para os sem-teto, para aqueles que são refugiados. Mas a característica deste padre era inundar cada pessoa de doçura e ternura. Por isso, era uma caridade muito bem dirigida não genericamente, mas levada a todos indiscriminadamente, quem quer que fosse.
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