Francisco ao SJR: amplificar a voz dos abandonados
Emanuela Campanile – Mariangela Jaguraba – Vatican News
Um caminho de quarenta anos inspirado e alimentado pelo exemplo de Cristo e pela intuição generosa do fundador, o Servo de Deus pe. Pedro Arrupe. É assim que, incessantemente, o Serviço Jesuíta para Refugiados (JRS) avança entre as linhas tortas, parafraseando um provérbio judeu, da história do mundo.
As palavras e a oração do Papa Francisco acompanham e fortalecem neste aniversário histórico, meta e novo início, o organismo internacional da Companhia de Jesus e todos aqueles que pedem ajuda. Numa Carta ao reverendo Thomas H. Smolich SI, diretor internacional do SJR, Francisco escreve:
Meus pensamentos vão especialmente para os muitos homens, mulheres e crianças que recorrem ao SJR em busca de refúgio e assistência. Eles sabem que o Papa está próximo deles e de suas famílias e que se lembra deles em suas orações. Este desejo intimamente cristão e Inaciano de cuidar do bem-estar de todos aqueles que se encontram em estado de profundo desespero inspirou e orientou o trabalho do SJR nos últimos 40 anos.
Dos anos 80 até a pandemia de hoje
Uma história de proximidade, que começou nos anos 80 com “o boat people vietnamita” (fuga de barcos dos vietnamitas) e “continua até hoje, com a pandemia de coronavírus”, enfatiza Francisco, lembrando como esta situação “deixou evidente que toda a família humana está ‘no mesmo barco’, enfrentando desafios econômicos e sociais sem precedentes”.
Estender a mão aos que estão sozinhos
Atualmente, os programas do SJR estão em 56 países, servindo refugiados e outros deslocados forçados em áreas de conflito e centros de detenção, fronteiras remotas e cidades lotadas. Existem muitos programas de assistência pastoral e apoio psicossocial nos centros de detenção e nos campos de refugiados, assim como ajuda humanitária em situações de deslocamento de emergência.
Os programas de educação e subsistência também visam formar competências para criar oportunidades de integração nas comunidades anfitriãs. “É sua tarefa vital”, afirma Francisco na carta, “estender a mão da amizade aos que estão sozinhos, separados de suas famílias, ou abandonados, acompanhando-os e amplificando sua voz e, sobretudo, garantindo-lhes a oportunidade de crescer através de seus programas de educação e desenvolvimento”:
O seu testemunho do amor de Deus no serviço aos refugiados e migrantes é fundamental para construir uma “cultura do encontro” que lança as bases de uma solidariedade autêntica e duradoura para o bem da família humana.
Olhando para o futuro
Além do presente, o Papa Francisco olha para o amanhã com esperança na intercessão da Virgem Maria, a quem confia todos os membros do apostolado do SJR:
Olhando para o futuro, estou convencido de que nenhum retrocesso ou desafio, pessoal ou institucional, poderá distraí-los ou desanimá-los de responder generosamente ao chamado urgente de promover a cultura de proximidade e encontro através da defesa determinada dos direitos daqueles que vocês acompanham todos os dias.
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