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Interior da Basílica de São João de Latrão, Roma Interior da Basílica de São João de Latrão, Roma 

Carta do Papa ao Vigário de Roma para valorização do Palácio Lateranense

Em carta dirigida a seu Vigário da Diocese de Roma, Francisco destinou os edifícios anexos à Basílica Papal de São João de Latrão, para atividades museológicas e culturais em diferentes formas e conteúdos. A estrutura é conhecida há séculos como o Patriarcado Lateranense

Andrea De Angelis – Vatican News

"A Igreja ao longo dos séculos sempre trabalhou para promover o que é fruto do gênio e do domínio dos artistas, muitas vezes um testemunho de experiências de fé e como instrumentos para dar honra a Deus. Isto foi feito não apenas por amor à arte, mas também para salvaguardar o patrimônio cultural diante de desafios e perigos que o teriam privado de sua função e valor". Assim começa a Carta escrita pelo Papa Francisco ao Cardeal Vigário de Roma Angelo De Donatis, na qual o Santo Padre destina os edifícios anexos à Basílica Papal de São João de Latrão a novas funções culturais e museológicas.

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Que a arte e a beleza sejam desfrutadas

"Tal responsabilidade especial, acompanhada de cuidadosa solicitude em considerar lugares, edifícios e obras como expressões do espírito humano e parte integrante da cultura da humanidade, permitiu aos meus antecessores", escreve o Papa na carta, "entregá-los às várias gerações e trabalhar para preservá-los e torná-los disponíveis aos visitantes e estudiosos". Uma tarefa que hoje também compromete o Bispo de Roma em tornar utilizável a beleza e a importância dos bens e do patrimônio artístico confiado a sua proteção". Por essas razões, Francisco decidiu destinar também para esse fim "os edifícios anexos à Basílica Papal de São João de Latrão, Sé de minha Cátedra Episcopal, bem conscientes da natureza que o curso e os acontecimentos da história atribuem a esse complexo, juntamente com as disposições do Tratado de Latrão".

Museu e atividades culturais

"Confio a Vossa Eminência, meu Vigário para a Diocese de Roma, a tarefa de realizar, no complexo que foi conhecido durante séculos como o Patriarcado Lateranense, atividades museológicas e culturais nas diversas formas e conteúdos, dando o arranjo que for necessário "confiando nas nobres tradições artísticas que a Igreja Católica ostenta" (Tratado de Latrão, art. 16). Para tanto, o senhor trabalhará com a colaboração dos Órgãos dirigentes do Estado da Cidade do Vaticano e, se necessário, dos Órgãos operacionais do Governatorato, levando em conta - continua a carta - as disposições em vigor para as áreas extraterritoriais no contexto de sua condição jurídica específica".

Uma linguagem universal

Em várias ocasiões, o Papa Francisco salientou a importância da arte e como sua beleza move o homem à esperança, harmonia e paz. Ele o fez, por exemplo, em dezembro passado, quando se encontrou com os protagonistas do Concerto de Natal no Vaticano. "Os dons que vocês receberam são para cada um de vocês uma responsabilidade e uma missão", disse Francisco em fevereiro de 2018 ao receber os membros do Movimento "Diaconia da Beleza", um serviço eclesial nascido em 2012 com o objetivo de construir uma ponte entre os artistas e Deus, para fazê-los testemunhas de sua beleza. Em 7 de maio de 2020, durante a missa na capela da Casa Santa Marta, Francisco orou pelos artistas, pedindo a Deus que os abençoasse e afirmando que sem beleza não se pode entender o Evangelho. Uma reflexão que nasce da homilia pronunciada naquele dia para esclarecer a função das obras artísticas em nutrir sentimentos positivos.

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16 março 2021, 14:43