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O presente do Papa: um poço para fornecer água a 35 mil pessoas em Uganda

Graças à doação do Papa, vão começar os trabalhos para escavar o poço que vai conseguir abastecer a região semidesértica de Apeitolim, diocese de Moroto. O entusiasmo do missionário comboniano, Pe. Marco Canovi, quando contou à comunidade durante a missa: “houve um grito de alegria, seguido por uma oração fervorosa durante a Eucaristia".
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Davide Dionisi e Andressa Collet - Vatican News

Recursos no valor de 5 mil euros serão destinados à construção de um poço em Apeitolim, na diocese de Moroto, em Uganda. Essa foi a doação do Papa Francisco que pegou todos de surpresa, inclusive Padre Marco Canovi, missionário comboniano há 50 anos em Karamoja, no nordeste do país. Em nome de toda a comunidade, ele expressou o seu "muito obrigado" ao Pontífice pela constante preocupação com os pobres e com a África.

Graças ao Papa, água a 35 mil pessoas

"A construção do poço vai permitir o abastecimento de água local e por fim às longas viagens das mulheres e crianças de Amaler, Kalowakaner e Apeduru", explica Padre Marco. A primeira fonte disponível na região, semidesértica e habitada principalmente pela etnia Karamojong, dedicada à criação de ovelhas, está a cerca de 5 quilômetros do assentamento e todos os dias eles têm que se deslocar a pé para abastecer os 35 mil residentes.

Um gesto paterno

O sacerdote comenta que, inicialmente, havia compartilhado a notícia com os próximos de casa. Mas, na manhã seguinte, “no início da missa, informei os fiéis sobre a grande delicadeza do Papa para conosco. É um gesto paternal, que é uma bênção e uma ajuda que será percebida cada vez que as pessoas tirarem água daquele poço".

“Houve um grito de alegria, seguido por uma oração fervorosa durante a Eucaristia.”

A gratidão da comunidade ao Papa
A gratidão da comunidade ao Papa

Gratidão afetuosa e oração constante

Após a notícia da hospitalização do Papa, acrescenta o comboniano, “convocamos a assembleia várias vezes para rezar juntos: queremos testemunhar a nossa gratidão afetuosa, que se torna numa oração intensa por este pai que temos diante de Deus", continua o sacerdote: "um pai que pensa em nós, que nos ajuda, nos dá esperança e nos encoraja a não ter medo e a não nos sentirmos sozinhos".

As máscaras confeccionadas por detentos italianos

Para ajudar Apeitolim, inclusive os detentos de uma prisão de Reggio Emilia, na Itália, já haviam se mobilizado. Durante a fase mais aguda da pandemia e graças à voluntária Anna Protopapa da Associação Gens Nova, foram confeccionadas máscaras para as crianças da missão. As restrições devido à Covid-19, de fato, tinham aumentado a taxa de pobreza e os próprios casos de cólera, também porque, "para sobreviver aqui, as pessoas colocam de tudo na boca. Esta é uma população nômade que perdeu todo seu gado e, para sobreviver, teve que optar pela agricultura. Mas não é fácil", alertou o sacerdote.

Segunda onda da pandemia

A chegada das máscaras foi recebida pelo Pe. Marco como "um testemunho que encoraja e dá esperança", porque, segundo o comboniano, o egoísmo que muitas vezes caracteriza as nossas vidas havia sido superado por um "gesto de ternura que comove aqueles que se dão conta disso".

Uganda está passando atualmente por uma segunda onda de pandemia que, segundo os especialistas, poderá atingir seu pico entre o final de julho e o início de agosto. O Ministério da Saúde do país confirma até o momento mais de 80 mil casos de Covid-19 e quase 2 mil mortes. A situação levou o presidente Yoweri Kaguta Museveni a impor novas medidas de contenção no início deste mês, chegando ao ponto de fechar o Parlamento até 11 de julho depois do registro de mais de 100 funcionários contagiados pelo vírus. Até hoje, menos de 2% dos ugandenses receberam pelo menos uma dose da vacina anti-Covid.

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09 julho 2021, 08:00