O Papa: a vacina salva vidas, não a caprichos para a "dose mais famosa"
Michele Raviart – Vatican News
“Graças à vacina estamos aos poucos voltando a rever a luz”, e estamos saindo deste “pesadelo ruim” da pandemia. Mas agora o verdadeiro desafio "é lutar para que todos no mundo tenham o mesmo acesso à vacina, para que não haja 'caprichos' na escolha da dose mais famosa e sobretudo que seja gratuita para quem precisa e não algo do qual obter um lucro fácil". A vacina "pode salvar muitas vidas humanas. Não nos esqueçamos o que a história nos ensinou com outras doenças ruins do passado".
"Além da tempestade"
Foi o que reiterou o Papa Francisco na mensagem de introdução do livro "Além da tempestade. Reflexões para um novo tempo depois da pandemia", publicado pela Editora Rizzoli, nesta terça-feira (07/09). O livro contém uma entrevista do Papa com o jornalista Fabio Marchese Ragona, transmitida na televisão italiana Canale 5, em janeiro deste ano, bem como discursos do presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, do Alto Comissário da ONU para os Refugiados, Filippo Grandi, do fundador da Comunidade de Santo Egídio, Andrea Riccardi, do cineasta italiano Giuseppe Tornatore, da escritora Edith Bruck e da cantora Noa.
A esperança nunca decepciona
"Tentar superar a tempestade da pandemia", explica o Papa, significa voltar à esperança de "reencontrar a tranquilidade depois da escuridão da doença", como Abraão, "que num momento de desconfiança, em vez de pedir o filho prometido que não chegava, recorreu a Deus para ajudá-lo a continuar a ter esperança. Não há nada de mais bonito: a oração para ter esperança, porque a esperança nunca decepciona". O Papa agradece "aos cientistas que estudaram durante muitos meses a combinação certa para obter vacinas eficazes, mas sobretudo a quem esteve perto de nós durante a fase mais crítica, médicos, enfermeiros, voluntários e muitas outras pessoas que permanecem na sombra e não terminam na TV ou na primeira página dos jornais".
G20: 40% dos vacinados até o final do ano
Em consonância com alguns temas levantados pelo Papa em sua mensagem introdutória e na entrevista, é a aprovação, nestes dias, do Pacto de Roma pelos ministros da saúde dos países do G20. O objetivo é vacinar contra a Covid-19 40% da população mundial até o final do ano, com atenção especial aos países mais frágeis. Dois bilhões de dólares serão dispostos para levar a vacina a todos os lugares e permitir a produção autônoma de vacinas em outras áreas do mundo.
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