O Papa e o Grão Imame: um livro sobre o caminho do Documento de Abu Dhabi
Silvonei José - Vatican News
Uma crônica precisa dos passos dados para chegar à elaboração, à partilhar e à assinatura em Abu Dhabi do histórico Documento sobre a Fraternidade Humana, o livro O Papa e o Grão Imame. O caminho espinhoso. O livro, publicado por “San Paolo”, traz a importante assinatura de Mohammad Abdulsalam, juiz do Conselho de Estado egípcio e, por mais de nove anos, assessor jurídico e processual do Grão Imame Ahmed Al-Tayyeb. Hoje, ele é Secretário Geral do Comitê para a Fratrnidade Humana, que foi estabelecido após a assinatura da Declaração Conjunta.
Testemunha direta
Abdulsalam, membro do Centro Al-Azhar para o Diálogo Inter-religioso, foi testemunha, em algumas passagens também ocular, do desenvolvimento das relações cada vez mais respeitosas e amigáveis entre Francisco e Al-Tayyeb, através de encontros informais, visitas de cortesia e audiências. A última, na manhã desta segunda-feira, 04 de outubro, no Palácio Apostólico após o encontro no Vaticano "Fé e Ciência. Rumo à Cop26”.
O autor colaborou e testemunhou pessoalmente a intensificação do diálogo e da compreensão mútua entre os dois importantes personagens e relata a gênese da ideia de uma Conferência sobre a fraternidade universal e de um Documento a ser assinado em conjunto diante do mundo. O evento ocorreu em 4 de fevereiro de 2019, no contexto da viagem do Papa aos Emirados Árabes Unidos, que iniciou um processo de reconstrução das relações entre muçulmanos e cristãos.
O prefácio do Papa
O livro também destaca o papel desempenhado pelos Emirados Árabes Unidos (EAU) no apoio à iniciativa tomada pelos dois líderes religiosos, como uma contribuição ao diálogo entre muçulmanos e cristãos e à paz mundial. O livro da editora “San Paolo” tem um prefácio do Grão Imame e do Papa Francisco, que lembra em seu texto que "o caminho da fraternidade é comum, longo e difícil, mas é a âncora de salvação para nossa humanidade". Os "verdadeiros crentes", escreve o Papa, "são aqueles que protegem os direitos dos outros com a mesma força com que defendem os seus, porque o único extremismo que um crente pode aceitar é o do amor".
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