Chipre hoje: à espera do Papa Francisco
Lurdinha Nunes - Chipre
Fr. JERZY KRAJ, OFM - Vigário Patriarcal Latino para Chipre
“Somos uma pequena comunidade católica de cerca de 25.000 pessoas: apenas 10% têm cidadania cipriota, ou seja, cerca de 2.500 pessoas, as demais, são fiéis que estão na ilha a trabalho ou à procura de melhores condições de vida. Em nossas celebrações litúrgicas, somos um mosaico de culturas e línguas”.
Fr. JERZY KRAJ, OFM - Vigário Patriarcal Latino para Chipre
“Chipre está perto do Oriente Médio, da África. Aqui o Papa encontrará uma realidade cristã fundada em bases apostólicas que hoje enfrenta problemas existenciais, o problema dos migrantes, dos refugiados, da reconciliação e do diálogo e também o importante aspecto do ecumenismo”.
O Papa conhecerá uma ilha dividida em duas, desde 1974, ano da invasão turca ao norte de Chipre. Nicósia, a capital, também é dividida em duas, pela chamada "Linha Verde", o muro que separa a parte grega da parte turca. O papa Francisco o verá da janela de seu quarto.
Assista ao video:
S.B. PIERBATTISTA PIZZABALLA - Patriarca Latino de Jerusalém
“É um dos últimos muros da Europa. A pequena Chipre contém toda a dinâmica muito problemática do Oriente Médio e do Mediterrâneo em geral: as divisões políticas que também se tornam divisões religiosas - o muro é uma evidência neste sentido - a questão dos migrantes, que cobre todo o Mediterrâneo, e Chipre, em proporções, têm a maior taxa de migrantes do que qualquer outro país europeu. No entanto, também encontro muita determinação, especialmente por parte da pequena comunidade cristã.
“As relações ecumênicas com a Igreja Ortodoxa de Chipre são excelentes, com colaborações em vários campos, incluindo o uso de igrejas ortodoxas para as celebrações católicas, difícil de encontrar em outros lugares”, sublinhou SB Pierbattista Pizzaballa, Patriarca Latino de Jerusalém, em sua carta a Diocese, onde convidou os fiéis a rezar por esta visita. Até o momento, existem 6 paróquias do Patriarcado Latino em Chipre.
O lema da visita do Papa a Chipre é "Consola-nos na fé". É inspirado no apóstolo Barnabé, padroeiro da ilha, cujo nome pode ser traduzido como: "filho da consolação"
Esta é a segunda vez que um papa visita Chipre. O primeiro foi Bento XVI, em 2010. “As comunidades cristãs que estão em Chipre podem ser uma ponte entre o Oriente e o Ocidente”, disse ele por ocasião da celebração ecumênica.
Uma comunidade maronita cipriota em comunhão com Roma foi evidenciada desde o século XIII. E a presença franciscana em Chipre, remonta ao início da história da Ordem.
Fr. FRANCESCO PATTON, OFM - Custódio da Terra Santa
“Hoje, a presença franciscana na ilha de Chipre é uma presença muito significativa e ativa. Estamos presentes em Nicósia, Limassol e Larnaca de forma estável, com três paróquias de rito latino”.
Fr. FRANCESCO PATTON, OFM - Custódio da Terra Santa
“É uma presença significativa não só do lado grego, mas também do lado turco: todas as semanas vamos celebrar a Missa pelos estudantes, que são principalmente estudantes africanos - em particular da Nigéria - que estudam na universidade de Famagusta ou na Universidade turca de Nicósia, mas também nas outras pequenas comunidades cristãs que permaneceram na área turca. Diria que, no geral, é uma presença muito significativa e operante: cerca de dez frades, todos empenhados na pastoral, no ecumenismo e também no diálogo inter-religioso”.
Fr. JERZY KRAJ, OFM - Vigário Patriarcal Latino para Chipre
“Ainda temos muito trabalho pela frente, mas estamos plenos de esperança de poder organizar tudo para que este evento - religioso mas também social - marque a história de Chipre e a presença cristã nesta ilha. Estamos prontos para enfrentar o trabalho que nos espera dia e noite”.
“Uma peregrinação às fontes” da fraternidade, da Europa e da humanidade: assim define o Papa Francisco a sua próxima viagem apostólica a Chipre e à Grécia. Suas palavras ressoam em uma mensagem de vídeo dirigida aos habitantes dos dois países. A eles, o Papa comunica a alegria de visitar estas “terras magníficas, abençoadas pela história, pela cultura e pelo Evangelho”, nas pegadas dos apóstolos Paulo e Barnabé.
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