Francisco: esta guerra é vergonhosa para toda a humanidade
Antonella Palermo/Mariangela Jaguraba – Vatican News
Uma paixão pessoal que se torna serviço social. Este é, em suma, o trabalho da Federação Italiana de Radiodifusão C.B., uma organização voluntária que completou cinquenta anos de vida e que o Papa teve a oportunidade de incentivar e apoiar na manhã deste sábado (26/03), na Sala Paulo VI, aproveitando a ocasião para lembrar que para ele na Itália, uma das surpresas foi o "forte trabalho voluntário".
Liberdade e independência, decisivas contra os regimes
A organização faz parte do vasto e multiforme movimento de voluntariado italiano, que Francisco disse que nunca deixou de apreciar e que "merece ser incentivado e apoiado". A paixão dos radioamadores, neste caso, tornou-se um instrumento eficaz de proteção civil e solidariedade com as pessoas mais necessitadas e frágeis e com os grupos sociais mais vulneráveis. “Isto é muito bonito”, sublinhou o Papa. “É o princípio dos dons, dos talentos, feitos para frutificar para o bem comum”.
Uma de suas características é a rapidez de ação, graças à rádio, que supera barreiras, mas também graças à sua rede. Na verdade, não é uma ação individual, sua força encontra-se na presença capilar no território e na possibilidade de fazer circular notícias e informações muito rapidamente e em todos os lugares. Outro aspecto essencial é a liberdade, a independência. Pensemos como isso pode se tornar decisivo onde um regime ou outro centro de poder quer controlar as comunicações. É essencial manter a liberdade, para estar realmente a serviço das pessoas, do bem comum.
"Esta guerra é vergonhosa para toda a humanidade"
O Papa agradeceu o compromisso de serviço às pessoas que fugiram da Ucrânia por causa da guerra. Expressando mais uma vez a esperança e a oração "para que esta guerra termine o mais rápido possível", ele não deixou de defini-la como "vergonhosa para todos nós, para toda a humanidade".
É inaceitável; cada dia acrescenta mais mortes e destruição. Muitas pessoas se mobilizaram para socorrer os refugiados. Pessoas comuns, especialmente nos países vizinhos, mas também aqui na Itália, onde milhares de ucranianos chegaram e continuam chegando. A sua contribuição é preciosa, é uma forma concreta e artesanal de construir a paz.
Ajudar os refugiados no futuro também
O Pontífice partilhou as palavras introdutórias do presidente da associação quando falou da importância da proteção civil europeia: "A Europa está dando a sua resposta a esta guerra", observou o Papa, "não apenas no âmbito das altas instituições, mas também no âmbito da sociedade civil, das associações de voluntariado como a de vocês". Eis o convite a permanecer nesta linha:
Esta forma de reagir é fundamental e indispensável, ela regenera o tecido humano e social, na presença de uma ferida tão grave e tão grande quanto a causada pela guerra. Ajudar os refugiados ucranianos, não só neste momento, mas também mais tarde, quando a memória da guerra se distancia, porque naquele momento eles terão mais dificuldades do que agora, pois agora estamos todos juntos, e depois... Pensar no futuro. Não é fácil.
O Papa concluiu, exortando a Federação a manter sempre juntas a liberdade e a solidariedade:
Visem o bem comum, nunca os interesses partidários. Apenas uma preferência: os pobres, os indefesos, os marginalizados.
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