Papa sobre Armida Barelli: ensinou a viver a santidade como leigos
Jane Nogara - Vatican News
O Papa Francisco escreveu o prefácio do livro de Ernesto Preziosi “Armida Barelli, A cigana do bom Deus” (tradução livre), no qual aprofunda a figura de Armida Barelli (1882-1952), uma mulher crucial no catolicismo italiano contemporâneo, que foi fundamental para propor uma nova visão da mulher na Igreja e na sociedade. . Ela fazia parte do movimento da Ação Católica, e levou uma inovação decisiva na organização das jovens em um apostolado popular. De Milão, seu compromisso se espalhou pelo país, onde ela deu vida à maior e mais difundida associação de mulheres. Ela viajava frequentemente em meio a mil dificuldades, tanto que se sentia como "uma cigana do bom Deus".
Ação Católica
No seu prefácio Francisco escreveu que “Armida Barelli foi uma mulher que pode ser considerada entre as principais protagonistas do caminho providencial que é a história da Ação Católica”. “A Igreja", continuou o Papa, "pode testemunhar que a Ação Católica abriu novas perspectivas no campo da responsabilidade laical na Evangelização. Muitos evangelizados e formados pela Ação Católica trouxeram verdade, profundidade e vaidade a áreas civilizadas, que muitas vezes são proibidas à fé. Os santos leigos e beatos da Ação Católica são uma riqueza para a Igreja. São os chamados ‘os santos da porta ao lado’ de tantas comunidades".
Co-responsabilidade e obediência
Ao percorrer seu caminho eclesial e de associação Francisco recorda que este apresenta aspectos que de certa forma são únicos: “uma escolha radical de fé vivida dentro da modernidade do século XX, juntamente com uma profunda relação com a Igreja feita de co-responsabilidade e obediência”. O Papa escreveu que também vale a pena recordar sua particular relação com três pontífices: “Bento XV, que lhe confiou seu primeiro mandato, Pio XI, que durante muitos anos apoiou pessoalmente seus esforços organizacionais, e Pio XII, que confirmou sua confiança nos dramáticos anos de guerra e reconstrução”.
Ao falar sobre sua devoção escreveu: “Em sua experiência de apostolado a figura de São Francisco tem uma centralidade decisiva, que a leva a viver sua vida e seu compromisso como resposta vocacional radical; a isto se une uma renovada devoção ao Sagrado Coração, ‘no qual o amor de Deus se deu a conhecer a toda a humanidade’ e que alimenta a confiança em Deus em todas as situações e provas da existência".
Na parte conclusiva de seu prefácio Francisco recordou: “Sua vida foi feita de escuta e acolhida do Evangelho, tornando-se testemunha de ‘um vínculo entre o que se escuta e o que se vive’, uma síntese ‘entre Palavra e vida’ que ‘faz da fé uma experiência encarnada’ através de percursos formativos sem nunca ceder à bulimia do ativismo”. De fato, continua o Papa "programas e organogramas são úteis, mas apenas como ponto de partida, como inspiração; o que leva o Reino de Deus adiante é a docilidade ao Espírito, é o Espírito a nossa docilidade e a presença do Senhor. A liberdade do Evangelho".
Por fim Francisco escreveu:
“Sua experiência pessoal marca um passo decisivo na visão dos leigos: não mais uma condição de minoria, mas a descoberta de como esta vida laical, dentro do Povo de Deus, é a forma de viver a santidade. Neste sentido, a experiência de fé e compromisso eclesial de Armida Barelli, e o projeto de formação que ela promoveu na Ação Católica, antecipam a visão do chamado universal à santidade indicado pelo Concílio Vaticano II".
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