Ministro da Espanha leva bananas de La Palma ao Papa, cultura afetada por erupção vulcânica

Andressa Collet - Vatican News

As manhãs do Papa Francisco têm sido intensas pela série de audiências programadas no Vaticano. Na segunda-feira (13), por exemplo, foi a vez de Félix Bolaños García, ministro da Presidência, Relações com as Cortes e Memória Democrática do governo da Espanha a ser recebido pelo Pontífice.

De acordo com a conta oficial no Twitter do departamento ministerial espanhol que responde pelas relações institucionais, coordenação interministerial e memória histórica do país, García participou de uma coletiva de imprensa após a audiência com o Papa e destacou o compromisso do governo da Espanha em dialogar com a Igreja Católica para continuar trabalhando em assuntos de interesse comum e na busca de soluções conjuntas. Durante o encontro no Vaticano, entre outros temas, foi enaltecida a importância de valores como "o diálogo, a solidariedade e a promoção de políticas em favor das pessoas com maiores dificuldades no mundo", segundo declaração do próprio García. Além disso, também foi tratado do acolhimento dos refugiados ucranianos na Espanha.

As bananas de La Palma

O ministro espanhol aproveitou a ocasião para presentear o Papa com uma cópia que reproduz as Cantigas de Santa Maria (canções dedicadas a Nossa Senhora) feita por alunos da Escola de Encadernação do Patrimônio Histórico Nacional, com açafrão de Villafranca de los Caballeros (Denominação de Origem La Mancha) e duas garrafas de azeite de oliva de duas cooperativas de Jaén. García também levou bananas a Francisco, direto da Ilha de La Palma, do arquipélago das Canárias, que depende economicamente do cultivo da fruta. A banana das Ilhas Canárias é a única banana do mundo com uma Indicação Geográfica Protegida (IGP) que credencia a qualidade diferenciada.

Com a erupção do vulcão Cumbre Vieja no ano passado, a Coplaca, Grupo Regional de Cooperativas de Bananas do Arquipélago das Canárias, chegou a estimar que "o setor da ilha de La Palma pode ter perdido cerca de 50 mil toneladas de frutas". O ministro entregou o presente ao Papa como gesto de reconhecimento pelo "comportamento exemplar e solidário do povo de La Palma" durante a erupção, um período de 85 dias e oito horas, com lavas que cobriram 1.219 hectares, o equivalente a 1.707 campos de futebol. Milhares de pessoas perderam suas casas e as famílias ainda sofrem com a emissão de gases nocivos, além de viverem um processo desafiador de reconstrução para recuperar os danos causados pelo fenômeno.