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Papa Francisco (na Viagem Apostólica à Moçambique, Madagascar e Maurício em 2019) Papa Francisco (na Viagem Apostólica à Moçambique, Madagascar e Maurício em 2019) 

O Papa: rito congolês, fruto precioso de inculturação e missionariedade

Uma mensagem em vídeo e prefácio do Papa Francisco à versão francesa do livro do Missal Romano para as Dioceses do Zaire, hoje República Democrática do Congo. O livro foi organizado pela Irmã Rita Mboshu Kongo, teóloga congolesa

Vatican News

O livro lançado em dezembro de 2020, intitulado "O Papa Francisco e o 'Missal Romano para as dioceses do Zaire'", recebe sua versão em francês com a apresentação nesta segunda-feira (20) na sede da Rádio Vaticano. O foco da publicação é a teologia e a espiritualidade do rito celebrado nas dioceses do Zaire, hoje República Democrática do Congo. A organização é da Irmã Rita Mboshu Kongo, teóloga congolesa, com o título francês "Le Pape François et le Missel Romain pour les Diocèses du Zaïre".

O rito zairense do Missal Romano é "até agora o único rito inculturado da Igreja Latina aprovado após o Concílio Vaticano II" e "este processo de inculturação litúrgica no Congo é um convite a valorizar ao máximo os diferentes dons do Espírito Santo, que são uma riqueza para toda a humanidade". Assim o Papa Francisco escreve no prefácio francês reiterando hoje numa mensagem que acompanha a apresentação do trabalho, concebido no âmbito dos preparativos para a viagem apostólica, planejada e depois adiada, no início de julho, para o país africano.

Epopeia missionária

O livro foi criado com a intenção de tornar conhecido em profundidade os vários aspectos do "Missal Romano para as dioceses do Zaire", aprovado e confirmado no Ordinário da Missa em francês em 30 de abril de 1988 pela Congregação para o Culto Divino. Na mensagem de hoje, o Papa recorda isso, sem deixar de sublinhar, citando a Exortação Apostólica de São João Paulo II Ecclesia in Africa, o papel do Espírito Santo na ação evangelizadora que começou na foz do rio Zaire, em Pinda, dando início a uma "epopeia missionária”.

E o que tem o cristão - pergunta o Pontífice - de mais precioso do que sua fé em Jesus Cristo?  O "grande tesouro herdado e a ser transmitido intacto para as futuras gerações?”. Nisso a liturgia - explica - dá uma contribuição fundamental. E assim, como já foi dito na mensagem que acompanhou o lançamento do livro em italiano, Francisco relança a importância do rito congolês "fruto da pregação missionária sob o sol africano", na sua tripla fidelidade - à fé e à tradição apostólica, à natureza íntima da própria liturgia católica e, por fim, ao gênio religioso e ao patrimônio cultural da África e do Congo.

Rezar na sua própria língua

Este Missal Romano "inculturado", nascido da reforma litúrgica do Vaticano II, escreve o Papa, é "fruto de longos anos de pesquisa, experiência in loco e frutuosa colaboração entre a Santa Sé e a Igreja no Congo". Poderia ser dito, com razão, que este missal alcançou perfeitamente os objetivos a ele atribuídos. De fato, permite aos congoleses rezar na sua própria língua, com seu próprio corpo e alma, e usar símbolos que lhes são familiares".

Um modelo para outras Igrejas em busca de uma expressão litúrgica apropriada para trazer à maturidade os frutos do empreendimento missionário da evangelização das culturas e da inculturação do Evangelho. "Não convém ignorar a enorme importância que tem uma cultura marcada pela fé, porque, não obstante os seus limites, esta cultura evangelizada tem, contra os ataques do secularismo atual, muitos mais recursos do que a mera soma dos crentes. Uma cultura popular evangelizada contém valores de fé e solidariedade que podem provocar o desenvolvimento duma sociedade mais justa e crente, e possui uma sabedoria peculiar que devemos saber reconhecer com olhar agradecido. " (Evangelii gaudium, n. 68).

Exorto-vos- como dizia São João Paulo II em 23 de abril de 1988 aos bispos do Congo em sua visita ad limina Apostolorum - a comprometer-vos da mesma forma no conjunto do ritual dos Sacramentos e dos sacramentais que tendes em vista para completar este Rito.

Desejo-lhe uma leitura frutuosa deste livro, para entender que é bom celebrar juntos as maravilhas de nosso Deus em seu Filho Jesus Cristo, Nosso Senhor.

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20 junho 2022, 16:00