Papa no Canadá: abraçando a cultura indígena na liturgia
Marília Siqueira - Cidade do Vaticano
Observem as vestes que serão usadas, pois foram cuidadosamente preparadas tendo a arte indígena em mente, quer para sinalizar uma afirmação e valorização dessa forma de arte distinta, quanto para transmitir uma mensagem de fé.
O sacerdote Cristino Bouvette foi fundamental na preparação das liturgias da visita do Papa Francisco ao Canadá de 24 a 29 de julho, em três etapas diferentes. Em entrevista ao vatican News, ele descreveu como sempre desejou que a cultura da Igreja e a cultura indígena pudessem trabalhar em harmonia.
Os bastidores das equipes de liturgia
O Papa Francisco realiza agora sua Viagem Apostólica ao Canadá, mas as equipes dos bastidores passaram meses estudando e preparando tudo com perfeição. Fundamental para qualquer viagem papal são as liturgias, que para esta "peregrinação penitencial" específica foram concebidas para ajudar no processo de reconciliação e cura para e com os povos indígenas do país.
Igreja e cultura
Como sacerdote católico indígena, padre Bouvette revela que sempre ficou profundamente comovido "ao ver a rica tradição que faz parte de nossa expressão cultural".
Ao jornalista Christopher Wells, ele falou sobre a harmonia entre a tradição da Igreja e a tradição desta cultura: "Sempre esperei que houvesse uma maneira de fazermos as duas coexistirem harmoniosamente", afirmou.
O padre Bouvette observou ainda que "os elementos mais belos de ambas, onde quer que estejam, são complementares". Ele lembrou que sua primeira missão paroquial foi em uma reserva indígena, e teve a oportunidade de "experimentar realmente como fazer esse trabalho e permitir que a riqueza de nossa fé católica informe e seja informada pela riqueza de diferentes expressões culturais indígenas”.
Cultura em vestimenta e música
A este respeito, prosseguiu, enquanto as pessoas observam e seguem as várias liturgias ao longo desta viagem papal, faço um pedido: "Observem as vestimentas que serão usadas, pois foram cuidadosamente preparadas tendo a arte indígena em mente, tanto para sinalizar uma afirmação e valorização dessa forma de arte distinta, quanto para transmitir uma mensagem de fé. Para que, esperamos, também fique claro e seja visto entre aqueles que estão participando de algo, por exemplo, como a procissão do Ofertório em seus trajes distintos."
O sacerdote também falou da música que será usada. Ele pediu que as pessoas se conscientizassem sobre a natureza das batidas rítmicas, perguntando a si mesmas qual seu significado e ouvindo o que as palavras que estão sendo cantadas estão dizendo.
"Estes são todos os elementos que espero que mostrem o elemento aculturado do que estamos fazendo que o torna um pouco fora do comum, mas também mostra como eles coexistem harmoniosamente juntos."
Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp acessando aqui