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Imagem do Consistório em 29/11/2020 Imagem do Consistório em 29/11/2020 

Hoje o Consistório com Francisco: 20 novas púrpuras e 2 Santos para a Igreja

Na tarde deste sábado, o Papa impõe o barrete vermelhos nos pastores provenientes dos cinco continentes. Ao final do rito de criação dos novos cardeais, o voto para a canonização do fundador dos scalabrinianos, João Batista Scalabrini, e do leigo salesiano, Artêmides Zatti. Nos dias 29 e 30 de agosto, o encontro sobre o Praedicate Evangelium.

Salvatore Cernuzio - Cidade do Vaticano

Velhas e novas púrpuras de todos os cantos do globo se encontram neste sábado, 27 de agosto, em Roma, para o oitavo Consistório do Papa Francisco, que cria 20 novos cardeais, dos quais 16 têm menos de oitenta anos, portanto, eleitores em um futuro Conclave, e quatro não eleitores, tendo ultrapassado limite de idade para tal.

Trata-se de um Consistório universal, com pastores provenientes dos cinco continentes. Um Consistório também "misto", que verá a criação de 20 novos cardeais e junto a votação das causas de canonização de dois beatos. Um Consistório, celebrado em um período inusitado como agosto, que não se conclui em uma única cerimônia, mas, idealmente, prossegue outros dois dias, na próxima semana, com o encontro de reflexão e aprofundamento da Praedicate Evangelium, a Constituição Apostólica que reforma o Cúria.

O Consistório de 2020
O Consistório de 2020

O rito de criação dos novos cardeais

 

O rito durante o qual o Papa imporá o barrete vermelho aos novos cardeais, entregará o anel e atribuirá o Título ou Diaconia, será realizado à tarde, às 16h (horário de Roma) na Basílica de São Pedro. Começará com o canto de "Tu es Petrus" e as palavras de agradecimento ao Santo Padre pelo primeiro cardeal da lista. Em seguida, o Papa pronunciará a fórmula para a criação dos novos purpurados, que jurarão fidelidade e obediência ao Pontífice e seus sucessores "até o derramamento de sangue". Um a um eles se aproximarão da sede do Papa para receber os símbolos do cardinalato de joelhos: solidéu vermelho, barrete, anel, a bula com a atribuição do Título/Diaconia. Todos receberão o abraço da paz de Francisco, um gesto repetido logo depois pelo cardeal decano, o primeiro dos cardeais presbíteros e o primeiro dos diáconos, representando todo o Colégio dos Cardeais.

A votação das canonizações

 

O rito de criação deste sábado será seguido pelo Consistório público ordinário para o voto de canonização do Beato João Batista Scalabrini, bispo de Piacenza, fundador da Congregação dos Missionários de São Carlos e da Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo, mais conhecidos como Scalabrinianos, e Artêmides Zatti, leigo professo dos Salesianos.

O cardeal Marcello Semeraro, prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos, lerá a Peroratio e apresentará brevemente as biografias dos Beatos. Em seguida, o Papa expressará a avaliação dos votos e anunciará o dia das canonizações. No final, ele sairá da Basílica pela Porta de oração com os novos cardeais, para provavelmente ir - como tem acontecido todos os anos até agora - ao Mosteiro Mater Ecclesiae nos Jardins do Vaticano, para visitar e saudar o Papa emérito Bento XVI.

As "visitas de calor"

 

Das 18h às 20h, os novos cardeais saudarão os fiéis de Roma e dos países de origem nas chamadas "visite del calore" na Sala Paulo VI e nos "curiais" no Palácio Apostólico. Todos juntos, na segunda e terça-feira dos dias 29 e 30 de agosto, se reunirão para os dois dias de estudo da Praedicate Evangelium, selado, na terça-feira às 17h30, com a Missa do Pontífice sempre na Basílica de São Pedro.

Cardeais durante Consistório
Cardeais durante Consistório

 

Universalidade e periferias

 

Os nomes dos novos cardeais foram anunciados pelo Papa da janela do Palácio Apostólico durante o Angelus de 29 de maio, junto com o pedido de rezar por eles "para que, confirmando sua adesão a Cristo, possam me ajudar na meu ministério como Bispo de Roma para o bem de todo o santo povo fiel de Deus”.

A lista de nomes confirmou o duplo critério que animava os sete Consistórios anteriores do pontificado de Jorge Mario Bergoglio. O da internacionalidade, com especial atenção ao Sul do mundo, e a superação das cadeiras outrora tradicionalmente consideradas "cardinalícias", com predileção pelas periferias, ou seja, os territórios fronteiriços que historicamente nunca viram um cardeal.

Em todos os lugares do mundo

 

Além dos três primeiros nomes curiais, previsíveis para o cargo, que são os prefeitos dos Dicastérios do Culto Divino e do Clero, juntamente com o presidente do Governatorato, a lista inclui origens da Europa, seis novos cardeais da Ásia, dois da África, um da América do Norte e quatro da América Central e Latina.

Quatro novos países estarão representados neste contexto: Mongólia, Paraguai, Singapura e Timor Leste. Além disso, há 7 religiosos, dos quais 5 são eleitores e 2 não eleitores. Assim, 3 novas famílias religiosas ingressam no colégio cardinalício: os eudistas, o Istituto Missioni Consolata e os legionários de Cristo. Os mais numerosos no Colégio dos Cardeais são os Salesianos, 10.

O caso do bispo van Looy

 

No anúncio no Angelus de maio havia 21 nomes listados pelo Papa: entre os mais de 80 - ou seja, aqueles que não poderão votar em um futuro Conclave, mas que recebem a púrpura como sinal de agradecimento pelo serviço realizado na Igreja - também incluiu Dom Luc Van Looy, bispo emérito de Ghent, na Bélgica.

O prelado, menos de vinte dias após o anúncio do Papa, pediu para ser exonerado do cardinalato devido à polêmica causada por sua nomeação. Van Looy é de fato acusado por associações de vítimas de abuso sexual por parte do clero, de não ter agido de forma incisiva no passado diante de tais crimes. E o próprio Dom Van Looy, para evitar que os sobreviventes sofressem novas feridas, havia apresentado este pedido ao Papa que o aceitou em junho passado.

O barrete cardinalício
O barrete cardinalício

Os nomes dos novos cardeais:

 

1.  Arthur Roche, prefeito da Congregação para o Culto Divino;

2.  Lazzaro You Heung-sik, prefeito da Congregação para o Clero;

3.  Fernando Vérgez Alzaga, presidente da Pontifícia Comissão para o Estado da Cidade do Vaticano e o Governatorato.

4.  Jean-Marc Avelin, arcebispo de Marselha;

5.  Peter Ebere Okpaleke, bispo de Ekwulobia, Nigéria;

6.  Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus, Amazonas;

7.  Filipe Neri António Sebastião do Rosário Ferrão, arcebispo de Goa e Damão, Índia;

8.  Robert W. McElroy, bispo de San Diego, EUA;

9.  Virgílio do Carmo da Silva; arcebispo de Timor Leste;

10. Oscar Cantoni, bispo de Como, Itália;

11.  Anthony Poola, arcebispo de Hyderabad, Índia;

12. Paulo Cezar da Costa, arcebispo de Brasília;

13. Richard Kuuia Baawobr, arcebispo de Wa, Gana;

14. William Seng Chye Goh; arcebispo de Cingapura;

15.  Adalberto Martínez Flores; arcebispo de Assunção, Paraguai;

16.  Giorgio Marengo, missionário da Consolata e Prefeito apostólico de Ulan Bator, capital da Mongólia. Este purpurado tem 48 anos é o membro mais jovem do Colégio Cardinalício.

Novos Cardeais com mais 80 anos:

17.  Jorge Enrique Jiménez Carvajal, arcebispo emérito de Cartagena (Colômbia);

18.  Arrigo Miglio, arcebispo emérito de Cagliari, Itália;

19.  Padre Gianfranco Ghirlanda, jesuíta, canonista e ex-reitor da Pontifícia Universidade Gregoriana;

20.  Dom Fortunato Frezza, cônego de São Pedro no Vaticano.

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27 agosto 2022, 09:51