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Um dos momentos da Viagem Apostólica do Papa Francisco ao Cazaquistão 14.09.2022 (Vatican Media) Um dos momentos da Viagem Apostólica do Papa Francisco ao Cazaquistão 14.09.2022 (Vatican Media)

O Papa no Cazaquistão: "ensina que globalização espiritual freia nacionalismos", diz Riccardi

Comentando a 38ª viagem apostólica internacional que levou o Papa Francisco ao Cazaquistão, o fundador da Comunidade de Santo Egídio observa como "em um momento em que a globalização é ameaçada por um clima de grave tensão, o mundo religioso é desafiado pelos nacionalismos". Hoje as comunidades religiosas são desafiadas por nacionalismos e belicismos. "A presença do Papa nos encontros inter-religiosos é um encorajamento para não deixar cair o horizonte universalista e pacífico das religiões"

Vatican News

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"As religiões juntas, sem confusão, mas em fraternidade, expressam uma globalização espiritual que contrasta a fragmentação conflituosa da vida internacional." Assim escreve o historiador Andrea Riccardi, fundador da Comunidade romana de Santo Egídio, em um editorial que a renomada revista católica italiana Famiglia Cristiana (Família Cristã) traz em sua publicação esta quinta-feira, 15 de setembro.

Comentando a 38ª viagem apostólica internacional que levou o Papa Francisco ao Cazaquistão, o fundador da Comunidade de Santo Egídio observa como "em um momento em que a globalização é ameaçada por um clima de grave tensão, o mundo religioso é desafiado pelos nacionalismos".

Cristianismo ortodoxo dilacerado pela crise ucraniana

"O cristianismo ortodoxo, devido à crise ucraniana, se encontra dilacerado. Entretanto, as religiões, com sua tensão universalista e em sua diversidade, nos lembram o destino comum das mulheres e dos homens. O diálogo entre elas e o compromisso com a paz parece ser a grande aquisição ocorrida entre o século XX e o século XXI", observa Riccardi.

"Na origem deste processo de aproximação está o encontro de líderes religiosos convocado por João Paulo II em Assis, em 1986", assinala o fundador da referida comunidade romana. Aquele evento, "superando distâncias seculares, colocou os líderes religiosos diante do desafio da paz em um mundo então marcado pela Guerra Fria".

Bergoglio impulsiona processo de paz iniciado por Wojtyla

"O Papa Wojtyla enfatizou muito este avanço: ‘Na história da humanidade, a ligação intrínseca entre uma atitude autenticamente religiosa e o grande bem da paz tornou-se evidente para todos’."

"Em mais de 35 anos - conclui Riccardi - este processo tem continuado, também devido ao impulso do Papa Bergoglio. Entretanto, hoje as comunidades religiosas são desafiadas por nacionalismos e belicismos, que exigem delas solidariedade e legitimidade. Em vez disso, a presença do Papa nos encontros inter-religiosos é um encorajamento para não deixar cair o horizonte universalista e pacífico das religiões."

(com Sir)

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15 setembro 2022, 10:07