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Uma classe de jovens numa escola no Afeganistão Uma classe de jovens numa escola no Afeganistão 

O Papa: trabalhemos juntos por uma aliança que gera paz, justiça e acolhimento entre todos os povos

Por ocasião do Dia Internacional da Alfabetização 2022, o secretário de Estado Vaticano, cardeal Parolin, envia uma mensagem em nome do Papa à diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay. "Educar é sempre um ato de esperança", lê-se no texto, "que nos convida a transformar a lógica estéril e paralisante da indiferença numa lógica capaz de acolher nossa pertença comum".

Adriana Masotti - Vatican News

Celebra-se, nesta quinta-feira (08/09), o Dia Mundial da Alfabetização. Para a ocasião, o Santo Padre enviou uma mensagem, assinada pelo secretário de Estado Vaticano, cardeal Pietro Parolin, à diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, saudando e incentivando "todos aqueles que na UNESCO trabalham a favor da alfabetização". O Papa "deseja todo o sucesso nas reflexões e trabalhos desse dia, para que possam dar bons frutos em prol de uma transformação eficaz e duradoura dos espaços de aprendizagem da alfabetização".

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Um pacto global que anime novos processos educacionais

O mundo em que vivemos "está em constante transformação", ressalta a mensagem, não apenas do ponto de vista cultural, mas também antropológico, e toda mudança deve ser acompanhada por um processo educacional. "Por isso, é necessário construir uma 'aldeia educativa' onde compartilhar, na diversidade, o compromisso de criar uma rede de relações humanas e abertas". O texto refere-se à necessidade expressa pelo Papa Francisco em relação à "necessidade de assinar um pacto que anime os processos educacionais formais e informais, que não podem prescindir do fato de que tudo no mundo está intimamente ligado e que é necessário encontrar, de acordo com uma antropologia saudável, outras formas de entender a economia, a política, o crescimento e o progresso".

Construir um mundo à medida do ser humano

Como o Papa João Paulo II já havia feito em 2 de junho de 1980, dirigindo-se à UNESCO, o cardeal Parolin recorda o pedido do Papa Francisco por "uma educação e alfabetização cujo principal objetivo seja a construção de um mundo à medida do ser humano", cujas aspirações materiais e espirituais devem ser consideradas, e devem ser vistas "em sua relação com os outros,  com a comunidade, com a natureza e com o meio ambiente". Trata-se de pensar juntos uma educação que respeite todos os componentes da pessoa, entre gerações, entre famílias e sociedade. "Uma aliança entre os habitantes da Terra e a 'Casa comum' que devemos salvaguardar e respeitar. Uma aliança que gera paz, justiça e acolhimento entre todos os povos da família humana, bem como o diálogo entre as religiões", lê-se na mensagem.

Educar é um ato de esperança e os professores devem ser apoiados

No texto, o secretário de Estado ressalta que para o Papa a educação "é sempre um ato de esperança que nos convida a participar e transformar a lógica estéril e paralisante da indiferença numa lógica capaz de acolher nossa pertença comum". Se assim não fosse, os espaços de educação correriam o risco de perder o encontro com a história. Não deve ser subestimada a situação de trabalho no mundo em que muitos professores e educadores desempenham seu trabalho, muitas vezes são "situações precárias" que impedem especialmente os jovens que gostariam de se dedicar ao ensino. A mensagem do Papa Francisco se conclui com a esperança de que os esforços contínuos para a transformação da abordagem educacional "possam contribuir para a construção de uma civilização de harmonia, unidade, solidariedade, fraternidade e paz duradoura".

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08 setembro 2022, 18:08