Dom Zenildo: nova diocese de Borba, uma igreja pé no chão
Padre Modino - CELAM
O boletim da Sala de Imprensa da Santa Sé comunicou nesta sexta-feira 18 de novembro de 2022 a elevação da Prelazia Apostólica de Borba a diocese. Junto com isso foi anunciado que Dom Zenildo Luiz Pereira da Silva, até o momento Bispo da Prelazia, será o primeiro bispo diocesano da diocese de Borba.
Erigida em 13 de julho de 1963 pelo Papa São Paulo VI por meio da bula Ad Christi, depois do tempo em que foi administrada por Dom João de Souza Lima, Arcebispo de Manaus, foi nomeado seu primeiro bispo prelado, frei Adriano Jaime Miriam Veigle, que tomou posse em 8 de setembro de 1964.
Em 6 de julho de 1988 foi nomeado Dom José Afonso Ribeiro, franciscano da Terceira Ordem Regular, como segundo bispo da Prelazia Apostólica de Borba, que permaneceu no cargo até 14 de julho de 2006, em que foi nomeado Dom Elói Roggia. Seu sucessor foi Dom Zenildo Luiz Pereira da Silva, nomeado bispo coadjutor em abril de 2016 e que assumiu o governo da Prelazia em 23 de setembro de 1017. Com a criação da nova Diocese de Borba, Dom Zenildo foi nomeado pelo Papa Francisco primeiro Bispo diocesano.
Natural de Linhares (ES), dom Zenildo nasceu em 6 de junho de 1968. Ele é Redentorista e foi ordenado presbítero em 11 de agosto de 2001. Na congregação, dom Zenildo foi formador, pároco e vice provincial, antes de ser nomeado Bispo coadjutor da Prelazia de Borba, escolhendo como lema episcopal “Apascenta minhas ovelhas”. Atualmente, o novo bispo diocesano de Borba é secretário do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
A Presidência da CNBB enviou uma mensagem onde diz que “a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) recebeu com alegria a decisão do Papa Francisco em elevar a então Prelazia territorial de Borba a Diocese, nomeando dom Zenildo Luiz Pereira da Silva como o primeiro bispo diocesano”.
Em nome do episcopado brasileiro, eles enviam “a nossa saudação e votos de que a missão evangelizadora da Igreja seja cada vez mais frutuosa nesta região, encarnando os sonhos apresentados pelo Papa Francisco para a Querida Amazônia”.
Dom Zenildo diz ter recebido com alegria a elevação da Prelazia Apostólica de Borba a Diocese. Segundo o novo bispo diocesano, “o Papa Francisco instituiu nossa diocese dentro de um processo de evangelização, cuja missão passou pela organização de uma região de missão, para uma porção do Povo de Deus”, um termo usado no Concílio Vaticano II para definir uma diocese. Por isso, o bispo faz um chamado ao povo dizendo que “na Diocese de Borba devemos cultivar todas as qualidades e virtudes que devem caracterizar a Igreja católica: a unidade, a santidade, catolicidade, Apostolicidade, sinodalidade e proximidade”.
Segundo o bispo, “a elevação da diocese de Borba faz parte de uma experiência de carinho e de amor que o Papa Francisco tem pela Amazônia”. Dom Zenildo destaca que o Papa percebeu que houve sintonia com o processo do Sínodo para a Amazônia, colocando como exemplo disso o protagonismo dos leigos, a ministerialidade, a defesa da vida, a luta por passar de uma Igreja de visita para uma Igreja de presença.
Agradecendo o trabalho realizado no processo de evangelização e daqueles que fazem parte da missão na atualidade, dom Zenildo destaca que “organização, comunhão e participação são notas fortes desta caçula diocese. Pois, dentro de uma dinâmica de proximidade, a recém-criada diocese alcançou o que chamamos de maturidade”. Mas também faz um chamado para que a nova diocese avance em algumas dimensões, fazendo ver a necessidade de priorizar a dimensão ecológica, organizar melhor a dimensão social e insistir na evangelização.
O Povo de Deus da nova diocese de Borba, reunido na Assembleia anual para avaliar e planejar a caminhada da igreja como missão, tem acolhido com muita alegria a decisão do Papa Francisco, que acontece dentro da comemoração pelos 60 anos da criação da Prelazia de Borba. Uma Igreja que segundo seu Bispo quer trabalhar e viver como igreja ministerial, o que representa “agir em uma corresponsabilidade que gera comunhão sinodal”. Uma Igreja que seguindo o pedido do Papa Francisco quer ser uma igreja em saída, uma igreja pé no chão, uma igreja pautada no amor de Deus, uma igreja samaritana com os pobres e para os pobres, que é presença e testemunha o amor de Deus na vida do outro.
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