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Dom Paul Hinder nos Emirados Árabes Unidos Dom Paul Hinder nos Emirados Árabes Unidos 

Hinder: o Papa no Bahrein, promover ações conjuntas sobre problemas do mundo

O administrador apostólico do vicariato da Arábia do Norte descreve a realidade da Igreja no pequeno Reino, que tem uma maioria muçulmana. Ele fala sobre a liberdade de culto no país e expressa seu pensamento sobre a visita de Francisco de 3 a 6 de novembro: "O Pontífice está consciente da necessidade de melhorar as relações entre as religiões a fim de abordar conjuntamente os problemas relativos à paz, a justiça.

Jean Charles Putzolu e Tiziana Campisi – Vatican News

"O que vejo é que o Papa está consciente da necessidade de melhorar as relações entre as religiões e de encontrar uma base para uma ação comum sobre as grandes questões da humanidade, que são a paz, a justiça, o clima e muitas outras coisas, incluindo, é claro, os direitos humanos".  Dom Paul Hinder traça as diretrizes ao longo das quais se desenvolverá a viagem apostólica do Papa Francisco ao Bahrein, um pequeno Reino formado por um arquipélago de 33 ilhas que faz parte do vicariato apostólico da Arábia do Norte. Após a morte do vigário Camilo Ballin em 2020, o administrador apostólico é dom Hinder, que também governou o vicariato Apostólico da Arábia do Sul até 1º de maio deste ano.

Em entrevista concedida ao Vatican News, o prelado faz um quadro do país e da presença das comunidades cristãs, que é relativamente recente e ligada ao do pessoal diplomático, das empresas e dos trabalhadores estrangeiros, que estão presentes no país desde 1930. Embora o Islã seja a religião oficial e a Sharia, a lei islâmica, esteja em vigor, as comunidades cristãs e comunidades de outros credos gozam de liberdade de culto e a casa reinante de Al-Khalifa há muito promove uma política religiosa tolerante e aberta ao diálogo inter-religioso, o que é confirmado, entre outras coisas, pelo fato de o Reino possuir vários lugares de culto não-muçulmanos, incluindo duas paróquias. A Igreja local no Bahrain, explica dom Hinder, está envolvida em atividades pastorais e em algumas iniciativas beneficentes realizadas por grupos e associações paroquiais. A Igreja Católica também administra uma escola.

Quem são os católicos no Bahrein?

Existem cerca de 80.000 católicos no Bahrein que vêm de diferentes partes do mundo, especialmente da África, América, Índia, Filipinas e outros países, especialmente países vizinhos como Líbano, Jordânia, Iraque. Estas são comunidades de rito latino, siro-malabar, siro-malankar, maronita, sírio, etc. Isto dá um aspecto particular à Igreja local. 

O Bahrein aplica a Sharia, ou lei islâmica, mas é também um país onde as religiões gozam de liberdade de culto. Isto significa que a Sharia é compatível com o encontro de culturas e religiões?

Depende sempre de como é aplicada. O Bahrein, no entanto, sempre foi muito aberto a outras religiões. Para a Igreja Católica, é preciso voltar a 1939, quando tivemos a primeira igreja ao lado das grandes escolas árabes. Esta abertura é maior do que em outros países da região.

O Bahrein é apresentado como um Estado onde a pena de morte é aplicada - e não é o primeiro que o Papa Francisco visita - onde os direitos humanos não são plenamente respeitados. A este respeito, os líderes do Bahrein estão abertos ao diálogo?

Penso que o Papa, com discrição, também falará sobre esta situação. Ele está ciente disso. É claro que coisas como esta provavelmente não terão a publicidade que algumas pessoas esperam. Mas da maneira como conheço o Papa, ele não vai ficar calado e talvez não fale em público sobre tais assuntos.

O programa de Francisco inclui momentos com a comunidade católica, mas também uma oração ecumênica e um encontro com o Conselho de Anciãos Muçulmanos. Haverá também um encontro com o Imã Al-Tayeb, com quem o Papa assinou o Documento sobre a Fraternidade Humana. O que o senhor acha desta amizade que se desenvolveu entre o Papa Francisco e o Grande Imã de Al-Azhar?

Penso que o termo "amizade" é correto. Já vi isto há três anos quando o Papa veio a Abu Dhabi. Ficou claro que existe uma relação especial, que se desenvolveu, talvez, mais profundamente do que com outros líderes muçulmanos. E o Papa está aproveitando esta relação especial para continuar, eu diria, o diálogo. Obviamente, ele não vai querer se limitar somente a uma porção apenas a uma parte do mundo muçulmano, e ele provavelmente também terá a oportunidade de aprofundar as relações, não apenas com os sunitas, mas também com os xiitas ou com outras tendências dentro do mundo muçulmano. O que vejo é que o Papa está consciente da necessidade de melhorar as relações entre as religiões e de encontrar uma base para uma ação comum sobre as grandes questões da humanidade, que são a paz, a justiça, o clima e muitas outras coisas, incluindo, é claro, os direitos humanos.

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01 novembro 2022, 13:52