Papa espera visitar o Congo e o Sudão do Sul em fevereiro, após adiar viagem
Antonella Palermo - Vatican News
O Papa que toma nota, os jovens que lhe fazem perguntas, ele que responde infundindo coragem. Viver o presente, não como 'alienados', profetizar o futuro sem perder a capacidade de cultivar sonhos, manter sempre a consciência de ser fruto gerado por uma raiz. Foi assim que o Papa Francisco quis resumir a mensagem que ele compartilhou nesta terça-feira (01) em uma hora e meia de conversa on-line com os jovens estudantes de universidades africanas conectados via streaming sobre o tema "Construindo pontes".
Ubuntu: uma cultura de encontro
Foi a Pontifícia Comissão para a América Latina, juntamente com a Universidade Loyola de Chicago, que organizou a iniciativa, em continuidade com aquela realizada em 24 de fevereiro entre o Papa e estudantes da América do Norte, Central e do Sul. O título do evento desta semana incluiu a expressão "Ubuntu": um conceito moral da África subsaariana que se concentra na lealdade e nas relações mútuas das pessoas. Na língua bantu significa "benevolência para com o próximo". É uma regra de vida, baseada na compaixão, no respeito aos outros, uma exortação a se apoiar mutuamente, a tomar consciência não só dos seus direitos, mas também dos seus deveres, pois é um impulso ideal para toda a humanidade, um desejo de paz.
Grech: manter aceso o diálogo intergeracional
O cardeal Mario Grech, secretário geral do Sínodo, abriu a reunião lembrando a importância de criar oportunidades de diálogo com adultos, sempre, para não perder a "rota". A ocasião foi também um convite para trabalharmos juntos, precisamente no espírito sinodal, mantendo vivo o diálogo intergeracional. Houve numerosas questões sobre as quais os jovens questionaram o Pontífice de diferentes países do continente: da República Democrática do Congo à Uganda, da Nigéria à Costa do Marfim, do Quênia aos Camarões. Todos os jovens que buscam o rosto de Cristo em sua vida diária e a quem agradeceram, também em um vídeo feito para a ocasião, por terem uma voz amplificada em todo o mundo.
A África e a Amazônia não existem para serem exploradas
"Todos têm uma história, que pode ser boa ou ruim. A história é muitas vezes dura, de povos agredidos", disse o Papa, que se deteve na história da África, que muitas vezes também foi uma história de "escravidão e exploração, uma história dura". Francisco recordou da independência alcançada pelas nações, embora em muitos casos o território tenha continuado a ser contestado por outros, de fora, por seus recursos. Mas, o Pontífice comentou: "a África não existe para ser explorada: ela tem sua própria riqueza, que é uma riqueza humana, a riqueza que todos vocês representam". O colonialismo deixou traços dolorosos a esse respeito, os interesses de outros prevaleceram, como é o caso do desmatamento da Amazônia. São os negócios que governam a exploração e a opressão dos povos.
O desejo do Papa de visitar o Congo e o Sul do Sudão em fevereiro
Entre as perguntas dos jovens, uma de uma moça congolesa que ofereceu ao Papa uma oportunidade de falar novamente sobre a viagem ao Congo e ao Sudão do Sul. Os jovens esperavam a sua visita no início de julho deste ano, que foi adiada no mês anterior por causa do seu estado de saúde. Sobre a questão, sempre falando em espanhol, Francisco disse esperar ir para a República Democrática do Congo e Sudão do Sul "no início de fevereiro": "o médico tinha me proibido, agora eu posso andar, com uma bengala, mas eu consigo", frisou ele.
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