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Papa: professor católico deve educar sem cortar as asas aos sonhos dos jovens

Na Sala do Consistório, no Vaticano, Francisco recebeu em audiência neste sábado (12/11) os membros da União Mundial dos Professores Católicos e falou da responsabilidade e da oportunidade dos educadores

Bianca Fraccalvieri - Vatican News

O tema da educação esteve no centro do discurso do Papa Francisco aos participantes da Assembleia Geral da União Mundial dos Professores Católicos (UMEC), em andamento em Roma de 11 a 13 de novembro.

O tema da Assembleia é “Compreender e compartilhar os desafios educativos globais” e durante os trabalhos será eleito o novo Conselho internacional. A finalidade da União é ser uma rede de colegas na profissão e de irmãos e irmãs na fé, colocando-se a serviço de todos os professores católicos para que mantenham sua identidade e levem avante a sua missão. Nesta tarefa, disse Francisco, são “colaboradores do Papa”, cuja missão como Sucessor de Pedro é justamente confirmar e sustentar os irmãos na fé.

Ouça a reportagem completa com a voz do Papa Francisco

Para o Pontífice, a presença dos educadores cristãos no mundo da escola é de vital importância e é decisivo o estilo que assume. Com efeito, o educador cristão é chamado a ser ao mesmo tempo plenamente humano e plenamente cristão: "Não há humanismo sem cristianismo. E não há cristianismo sem humanismo". Não deve ser espiritualista, em órbita, “fora do mundo", mas radicado no presente, no seu tempo e na sua cultura. Deve ser capaz de estabelecer relações sinceras com os estudantes, entender suas exigências mais profundas, suas demandas, medos e sonhos. E ser capaz também de testemunhar – antes de tudo com a vida, mais do que com as palavras – que a fé cristã abraça todo o humano, trazendo luz e verdade para cada âmbito da existência, sem excluir nada, sem cortar as asas aos sonhos dos jovens.

A foto com todo o grupo da UMEC
A foto com todo o grupo da UMEC

Diante desta missão, os membros da União são chamados a dar suporte aos professores de todas as idades e condições profissionais, pois eles podem deixar um sinal, no bem e no mal, na vida de crianças, adolescentes e jovens. “Que responsabilidade e que oportunidade”, exclamou o Papa, pois sabemos por experiência pessoal quanto seja importante ter bons professores e sábios educadores nos anos de formação.

A formação, inclusive para os professores, nunca deve acabar, já que lidam com sujeitos e não com objetos, pessoas que mudam de ano em ano, até de mês para mês. Portanto, não há espaço para a rigidez: "A rigidez destroi a educação". Os educadores devem ser capazes de transmitir de maneira mais eficaz a alegria do conhecimento e o desejo de verdade, adotando linguagens e formas culturais aptas aos jovens de hoje e advertiu quanto às colonizações ideológicas, que causam danos quando entram na educação.

Por fim, Francisco faz um convite, para que os membros da União sensibilizem os professores católicos quanto ao Pacto Educativo Global, uma iniciativa lançada em 2019 em prol de uma ampla aliança educacional que coloque no centro a pessoa na sua dignidade e beleza, e as famílias como sujeitas educativas primárias. O Papa concluiu pedindo a intercessão de Nossa Senhora e dos Santos e Santas educadores nos trabalhos da Assembleia Geral.

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12 novembro 2022, 12:24