Busca

Cookie Policy
The portal Vatican News uses technical or similar cookies to make navigation easier and guarantee the use of the services. Furthermore, technical and analysis cookies from third parties may be used. If you want to know more click here. By closing this banner you consent to the use of cookies.
I AGREE
Messa da Requiem, per soli, coro e orchestra
Programação Podcast

RDCongo. Papa: a vida consagrada é árida se ‘nos servirmos’ em vez de ‘servir’

Para viver bem a vocação o Papa sugere aos religiosos superar desafios como “a mediocridade espiritual, a comodidade mundana e a superficialidade”. O encontro foi realizado na Catedral de Nossa Senhora do Congo em Kinshasa, nesta quinta-feira, 2 de fevereiro

Jane Nogara - Vatican News

Na tarde desta quinta-feira (02/02) o Papa Francisco teve um encontro de oração com sacerdotes, diáconos, consagrados, consagradas e seminaristas na Catedral de Nossa Senhora do Congo em Kinshasa. Francisco mostrou sua satisfação por por encontrá-los justamente na Festa da Apresentação do Senhor e Dia da Vida Consagrada. Depois agradeceu as palavras do cardeal Ambongo, arcebispo de Kinshasa que falou de “enormes desafios” a enfrentar para viver o compromisso sacerdotal e religioso nesta terra, marcada por “condições difíceis e muitas vezes perigosas”, por tanto sofrimento. O Papa recordou que ele disse que também há tanta alegria com o serviço ao Evangelho e são numerosas as vocações ao sacerdócio e à vida consagrada. E nisso disse o Papa “vemos a abundância da graça de Deus, que opera precisamente na fraqueza e vos torna capazes, juntamente com os fiéis leigos, de gerar esperança nas situações frequentemente dolorosas do vosso povo”.

Ouça e compartilhe!

Compaixão e consolação

Francisco propôs algumas reflexões a partir de Isaías que diz: “Deus abre caminhos nos nossos desertos e nós, ministros ordenados e pessoas consagradas, somos chamados a ser sinal desta promessa e realizá-la na história do Povo santo de Deus”. Mas, em concreto, pergunta o Papa “a que é que somos chamados? A servir o povo como testemunhas do amor de Deus. Isaías ajuda-nos a compreender como fazê-lo”. E explica que “o Senhor é movido pela compaixão e a consolação para dar esperança e promessa de salvação ao povo israelita. Assim o Senhor revela-Se como Deus da compaixão e garante que nunca nos deixará sozinhos, que estará sempre ao nosso lado como refúgio e força nas dificuldades”. E anuncia aos presentes:

“Por vosso intermédio, também hoje o Senhor quer ungir o seu povo com o óleo da consolação e da esperança”

O sacerdócio é servir

“Isto é ser servidores do povo: padres, irmãs, missionários que experimentaram a alegria do encontro libertador com Jesus e oferecem-na aos outros. Lembremo-nos disto", acrescentou, "o sacerdócio e a vida consagrada tornam-se áridos, se os vivemos para ‘nos servirmos’ do povo em vez de ‘servi-lo’. “Fomos chamados”, disse o Papa, “para oferecer a vida pelos irmãos e irmãs, levando-lhes Jesus, o único que sara as feridas do coração. Em seguida o Papa disse que se deteria em pontos que devem ser superados para viver bem a vocação: “a mediocridade espiritual, a comodidade mundana, a superficialidade”.

Mediocridade espiritual

O Papa inicia com a mediocridade espiritual e a importância da oração para este desafio “E como? A Apresentação do Senhor, designada no Oriente cristão como ‘festa do encontro’, recorda-nos a prioridade da nossa vida: o encontro com o Senhor, especialmente na oração pessoal, porque a relação com Ele é o fundamento do nosso agir”.

“Não esqueçamos que o segredo de tudo é a oração, porque o ministério e o apostolado não são, primariamente, obra nossa nem dependem apenas dos meios humanos”

Sobre este ponto Francisco compartilha alguns conselhos aos religiosos: “Em primeiro lugar, mantenhamo-nos fiéis a certos ritmos litúrgicos da oração que cadenciam o dia, desde a Missa até à Liturgia das Horas. E não descuremos também a Confissão: sempre precisamos ser perdoados, para poder dar misericórdia”. Francisco acrescentou outro conselho ainda: “Um momento prolongado de adoração, de meditação da Palavra, a reza do Santo Terço; um encontro íntimo com Aquele que amamos acima de todas as coisas”.

“Sem oração, não se vai longe… Por fim, para superar a mediocridade espiritual, nunca nos cansemos de invocar Nossa Senhora, a nossa Mãe, e d’Ela aprender a contemplar e seguir Jesus”

Atentos às comodidades

“O segundo desafio”, disse o Papa, “é vencer a tentação da comodidade mundana, duma vida cômoda na qual seja possível organizar mais ou menos todas as coisas e continuar em frente por inércia, procurando o nosso conforto e arrastando-nos sem entusiasmo”. “Há um grande risco associado à mundanidade, especialmente num contexto de pobreza e sofrimento: aproveitar-se da função que temos para satisfazer as nossas carências e comodidades”. E destacou em seguida a beleza da disponibilidade: "Ao contrário, como é belo manter-se transparente nas intenções e livre de compromissos com o dinheiro, abraçando alegremente a pobreza evangélica e trabalhando junto dos pobres!

“E como é belo ser luminoso vivendo o celibato como sinal de total disponibilidade para o Reino de Deus!”

Vencer a superficialidade

Por fim o Papa sugere o terceiro desafio: vencer a tentação da superficialidade. “As pessoas não precisam de funcionários do sagrado nem de doutores afastados do povo. Somos chamados a entrar no coração do mistério cristão, aprofundar a sua doutrina, estudar e meditar a Palavra de Deus; e, ao mesmo tempo, permanecer abertos às inquietações do nosso tempo, às questões cada vez mais complexas da nossa época, para poder compreender a vida e as exigências das pessoas, para compreender como tomá-las pela mão e acompanhá-las”.

“A formação do clero não é facultativa. Digo isto aos seminaristas, mas vale para todos: a formação é um caminho a percorrer sempre ao longo de toda a vida”

Testemunhas do amor de Deus

“Os desafios de que vos falei, temos de os enfrentar se quisermos servir o povo como testemunhas do amor de Deus, porque só é eficaz o serviço se passar através do testemunho”.  Francisco conclui seu discurso destacando as testemunhas: “Para ser bons sacerdotes, diáconos e pessoas consagradas não bastam as palavras e as intenções: antes de tudo, é a própria vida que fala”.

“Caríssimos, este é precisamente o ministério a que sois chamados: mostrar proximidade e consolação, como uma luz sempre acesa no meio de tanta escuridão. E, para ser irmãos e irmãs de todos, começai por sê-lo entre vós: testemunhas de fraternidade, nunca em guerra; testemunhas de paz, aprendendo a superar até as particularidades das culturas e das proveniências étnicas”.

Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp acessando aqui

02 fevereiro 2023, 17:30
<Ant
Abril 2025
SegTerQuaQuiSexSábDom
 123456
78910111213
14151617181920
21222324252627
282930    
Prox>
Maio 2025
SegTerQuaQuiSexSábDom
   1234
567891011
12131415161718
19202122232425
262728293031