A bênção do Papa a jovens nigerianas sequestradas pelo Boko Haram
Fabrizio Peloni - L'Osservatore Romano
Justamente no "Dia da Mulher", com particular afeto, Francisco acolheu e abençoou duas jovens nigerianas - Janada Marcus e Maryamu Joseph, de 22 e 17 anos respectivamente - que conseguiram se libertar das correntes das milícias do Boko Haram que haviam sequestrado elas.
O acolhimento na Nigéria
"Para as duas meninas, o encontro com o Pontífice é a realização simbólica de um objetivo de reconciliação e esperança, feito de coragem e fé luminosa", afirma o Pe. Joseph Bature Fidelis, da diocese de Maiduguri, capital do estado federal de Borno, no nordeste da Nigéria. É precisamente em Maiduguri que o Pe. Joseph dirige o Centro de Traumatologia, uma instalação construída - com a ajuda da fundação Ajuda à Igreja que Sofre - para abrigar as vítimas do Boko Haram. Uma equipe de profissionais os trata e os assiste. E é nesse centro que as duas meninas vivem hoje, em busca de uma nova vida.
A história das duas jovens
"Janada foi sequestrada e torturada várias vezes pelas milícias", conta o padre, "o primeiro sequestro ocorreu quando ela acabava de ser operada: eles a levaram diretamente do seu leito de hospital". Uma vez livre, Janada foi sequestrada novamente e, dessa vez, da maneira mais dramática: testemunhando o assassinato do seu pai. Em novembro de 2020, "ela foi sequestrada novamente e liberada após 6 dias, pouco antes de ser dada em casamento a um estranho".
Maryamu, continua Pe. Fidelis, "foi sequestrada por milicianos em 2013 junto com outras 21 pessoas, quando ainda não tinha 8 anos de idade, e permaneceu prisioneira por 9 anos" . Dois de seus irmãos também foram sequestrados e mantidos no mesmo campo de prisioneiros. Um deles foi morto, o outro ainda está em cativeiro". Maryamu, depois de muita dor, agora finalmente vai começar um percurso de estudo.
Líderes de Organismos Femininos Católicos na Praça
Também para este dia 8 de março, um grupo de mulheres líderes de diferentes religiões, incluindo representantes do corpo diplomático da Santa Sé, desejou relançar com o Papa o compromisso de ser "co-responsável por uma humanidade fraterna", precisamente a partir da experiência de fé. A iniciativa contou com a participação da União Mundial dos Organismos Femininos Católicos, com a participação também de algumas mulheres que trabalham na Santa Sé.
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