Papa: o desafio é abrir a Igreja à missão
Amedeo Lomonaco – Cidade do Vaticano
São quatro as palavras que definem o caminho da "Misión América", organização não governamental comprometida com a promoção integral da pessoa em sua dimensão social, cultural e religiosa, nos países da América Latina e da África: visibilidade, respeito, voluntariado e colaboração.
O Papa Francisco as ilustra no encontro na manhã deste sábado, 11, com a diretoria executiva da ONG - que celebra o trigésimo aniversário de sua fundação -, e com a Comissão da Conferência Episcopal Espanhola para as missões e a cooperação com as Igrejas. O desafio de hoje, disse o Pontífice em seu discurso em espanhol, é abrir a Igreja à missão.
Visibilidade
O Pontífice sublinha que Jesus foi enviado pelo Pai: “Agora Ele envia a nós, dando visibilidade à realidade da dor, do pecado, da morte, não para condenar ninguém, mas para curar profundamente a humanidade, assumindo-a na sua pessoa”.
Ao mesmo tempo, ao organizar campanhas de sensibilização para fazer conhecer a realidade da América Latina, o horizonte "não pode ser outro senão mostrar sobre ela a mão estendida de Cristo, que nas suas chagas nos oferece o melhor refúgio".
Respeito
A outra palavra indicada pelo Papa é respeito: “respeito pelo outro, pelos seus tempos, pelos seus espaços”. Jesus respeita as pessoas" e "a verdadeira igualdade, a verdadeira justiça - diz Francisco - não é impor um caminho único e unitário para todos". Mas ser capazes de "acompanhar cada um, na sua liberdade e na sua necessidade, para que todos possam responder ao chamado de Deus".
Voluntariado
O voluntariado é outro traço distintivo da "Misión América": nada mais é do que "apoiar aqueles que caminham pelo mundo com a oração, o trabalho, a solidariedade - explica Francisco -". O voluntariado, acrescenta o Papa saindo do texto escrito, é "uma das coisas mais belas que as sociedades têm".
Colaboração
A quarta palavra mencionada por Francisco é colaboração. A "paz" que Deus estabelece com o homem e entre os homens, afirma, "torna-se quotidiana no caminhar de cada dia, na busca do bem, na difusão do amor e da concórdia; gera novas realidades, construindo pontes, destruindo medos e mágoas”.
Entre as pessoas que ouvem as palavras do Papa, há também uma criança. “Ela nunca esteve – sublinha o Papa falando de improviso – em um lugar coberto de tapetes como este. Ela está feliz. Deixem-a à vontade”.
Dar visibilidade às chagas de Jesus
Por fim, Francisco acrescenta uma imagem às palavras visibilidade, respeito, voluntariado e colaboração: a de Jesus que envia a sua Igreja em missão.
Que seja um estímulo, sublinha o Papa, “para dar visibilidade às chagas ainda palpáveis no seu Corpo Místico”; “para exigir e exigir de nós o respeito por cada ser humano e seu direito de poder discernir o caminho que Deus traça para ele”; “trabalhar e sustentar a obra de todos os que foram enviados a colaborar, com todos os homens de boa vontade, para a glória de Deus”.
Por fim, referindo-se ao trabalho da "Misión América", o Papa afirma que são "as pequenas coisas aquelas que mais duram, enquanto às vezes aquelas grandiosas não duram". E exorta a “não perder o bom humor. “Como ela não o perdeu”, conclui Francisco, voltando o olhar para a criança presente no encontro.
Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp acessando aqui