Ucrânia, o Papa: não nos cansemos de confiar a causa da paz à Virgem Maria
Svitlana Dukhovych - Vatican News
"Hoje nosso pensamento vai ao 25 de março do ano passado, quando em união com todos os bispos foram consagradas a Igreja e a humanidade, especialmente a Rússia e a Ucrânia, ao Imaculado Coração de Maria". O Papa Francisco escreveu isto em um tuite lançado na tarde deste sábado na sua conta @Pontifex, por ocasião do primeiro aniversário do ato que ele realizou há um ano no Vaticano. "Não nos cansemos", escreve ainda o Papa, "de confiar a causa da paz à Rainha da Paz!
O ato de consagração também no Santuário de Zarvanytsia
Naquele mesmo 25 de março, o chefe da Igreja greco-Católica, Sua Beatitude Sviatoslav Shevchuk, conectando-se com a Basílica de São Pedro e outros santuários ao redor do mundo, pronunciou as mesmas palavras de consagração no Santuário Mariano de Zarvanytsia, um dos mais famosos e não apenas na Ucrânia. O padre Ivan Sichkaryk, sacerdote greco-católico da arquiparquia de Ternopil-Zboriv (Ucrânia ocidental) na qual se encontra o Santuário de Zarvanytsia, lembra-se bem desse momento. "Quando nós, através deste ato de consagração, confiamos toda nossa vida e o destino de nosso país nas mãos da Virgem Maria, significa que reconhecemos que nossas forças humanas, recursos e possibilidades são limitados", diz ele. "Também agradecemos a todas as pessoas de diferentes países que demonstraram sua solidariedade", continua o padre Sichkaryk, "e que nos apoiam de diferentes maneiras".
Acolhendo refugiados
Antes da guerra, Zarvanytsia recebeu muitos peregrinos para oferecer-lhes alimento espiritual. Durante o ano passado, este lugar abriu seus braços para todos aqueles que fugiam do leste, norte e sul da Ucrânia, as áreas mais afetadas pela invasão russa. Alguns ficaram mais tempo, outros, depois de pouco tempo, foram para outros lugares no oeste do país ou ao exterior. Aqui, no Santuário, lhes é oferecido alojamento, refeições, roupas e remédios, apoio espiritual e psicológico.
O significado da consagração na vida dos ucranianos
Padre Ivan Sichkaryk, doutor em Teologia Bíblica pela Universidade Gregoriana de Roma, explica o significado do ato de consagração para a vida concreta dos fiéis: "podemos olhar o exemplo de Abraão, nosso pai na fé, que acredita, confia em Deus e vai para a terra desconhecida. Também nós não sabemos o que nos espera esta noite, amanhã e depois de amanhã, mas devemos assegurar que nós mesmos, nossas famílias, comunidades e toda a sociedade nos tornemos portadores de bondade para nosso próximo. Quando falo com nossos soldados que retornam por alguns dias da guerra, vejo neles este grande espírito de sacrifício: eles estão conscientes de que a guerra não é uma coisa boa, não querem tirar a vida dos outros, mas por outro lado sentem o dever de defender a vida de seus entes queridos. Mesmo nesta situação dramática, é importante para nós não perder de vista a luz de Deus, a luz de Nossa Senhora, para não passar dos limites e permanecer humanos".
Prontidão para ajudar
O sacerdote explica: "nosso ideal supremo é este: queremos permanecer sob a proteção de Deus por intercessão de Nossa Senhora, mas Deus não pode fazer coisas por nós, por exemplo, cozinhar, ajudar os outros, etc. E assim como o povo de Israel no seu caminho pelo deserto teve que superar muitos desafios e teve que tomar medidas concretas para vencê-los, também nós devemos tomar medidas concretas, mantendo nosso contato com Deus". Até mesmo Maria, quando soube que sua prima Isabel estava grávida, tomou imediatamente providências: foi visitá-la para ajudá-la. Tentamos manter tanto em nossos corações, quanto em nossas ações, esta prontidão para ajudar".
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