O Papa: a beleza da fé não é uma lembrança de museu, mas vive de testemunho
Manoel Tavares/Raimundo de Lima - Vatican News
O Santo Padre recebeu, na manhã deste sábado, 20, no Vaticano, os peregrinos da Arquidiocese de Espoleto-Núrsia, por ocasião do Ano Jubilar da dedicação da Catedral da Assunção de Maria, em Espoleto.
Em seu pronunciamento, o Papa falou sobre a “beleza” da conhecida Catedral, pois comunicar a fé é, antes de tudo, uma questão de beleza, que não se explica, mas se expressa; não se pode convencer pela beleza, mas dar seu testemunho. E acrescentou:
“A Catedral de vocês, com as suas magníficas capelas, conserva histórias de vida e de fé e contém santidade e beleza. Sua beleza deve mostrada, como um restaurador faz ao redescobrir as cores de um afresco antigo. Assim acontece na Igreja, onde o que não se vê é mais precioso, como a oração, caridade, perdão, que, às vezes, são invisíveis, além dos sacrifícios dos pastores, a vida de tantos santos, o testemunho de pais, famílias, idosos...”.
O testemunho da vida comunica a beleza da fé
Por isso, Francisco faz votos de os fiéis da arquidiocese de Espoleto sejam descobridores da beleza e dos tesouros da fé, patrimônios de santidade e riqueza da Igreja. A fé não é memória do passado, um museu, mas se renova sempre na alegria do Evangelho, na comunidade, na assembleia de irmãos e irmãs amados por Deus.
Buscar a beleza, disse Francisco, é ir ao coração das coisas; olhar para a comunidade primitiva e dar valor às verdadeiras prioridades, como a oração, caridade e anúncio; renovar o zelo pastoral: atualizar os métodos de evangelização, catequese, ministério paroquial e pastoral missionária, sem jamais esquecer que o testemunho da vida comunica a beleza da fé. Mas, além da beleza, o Santo Padre refletiu sobre um segundo aspecto: a “intercessão”:
“A sua Catedral, dedicada à Mãe de Deus, tem uma efígie que representa a imagem da Virgem com as mãos elevadas para o céu, que intercede por nós. Trata-se de um “ícone que fala" e dá voz à imagem através de um diálogo entre Jesus e sua Mãe. A intercessão é levar os fiéis diante do Senhor, lutar com Ele por meio da oração, insistir, sobretudo pelos que não conhecem o amor de Deus”.
Descobrir a beleza do amor de Deus, do ser Igreja e de interceder
Uma Igreja que intercede, diz Francisco, leva o mundo ao Senhor sem jamais ser mundana; é uma Igreja sempre viva e não deve conter o vírus da reclamação. O cristão não se deve deixar arrastar pela vida mundana, mas é chamado a redescobrir a beleza, que recebeu pela graça, e a interceder pelos outros.
O Santo Padre concluiu sua saudação aos peregrinos da Arquidiocese de Espoleto-Núrsia, expressando seu desejo de que “este jubileu possa ajudar todos a consolidar suas raízes cristãs, a descobrir a beleza do amor de Deus, do ser Igreja e de interceder”.
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