O Papa: guerras e misérias levam ao declínio da solidariedade fraterna
Mariangela Jaguraba – Vatican News
Antes da Audiência Geral, desta quarta-feira (10/05), o Papa Francisco recebeu, na sala adjacente à Sala Paulo VI, os participantes da conferência promovida pela Pontifícia Academia das Ciências intitulada “Crises alimentar e humanitária: ciência e políticas para sua prevenção e mitigação”.
"O tema escolhido é oportuno não só para o debate acadêmico, mas também porque faz um apelo às autoridades e práticas políticas, a fim de aliviar o sofrimento de muitos dos nossos irmãos e irmãs que não têm uma alimentação saudável e não têm acesso a alimentos suficientes", disse Francisco no início de seu discurso, recordando o que um estudioso lhe disse alguns meses atrás: "Se as armas não fossem produzidas por um ano, a fome no mundo acabaria".
O declínio da solidariedade fraterna
Este é um desafio urgente, porque muitas vezes situações marcadas por catástrofes naturais, mas também por conflitos armados, penso sobretudo na guerra da Ucrânia, a corrupção política ou econômica e a exploração da terra, nossa Casa comum, impedem a produção alimentar, ameaçam os sistemas agrícolas e ameaçam perigosamente o abastecimento nutricional de populações inteiras. Ao mesmo tempo, essas várias crises foram agravadas pelos efeitos duradouros da pandemia da Covid-19, e vemos o declínio da solidariedade fraterna. É um fato: guerras e misérias levam ao declínio da solidariedade fraterna, e esse declínio é determinado pelas reivindicações egoístas inerentes a alguns modelos econômicos atuais.
Segundo o Papa, "uma crise também pode se tornar uma oportunidade, uma ocasião propícia para reconhecer e aprender com os erros do passado". Neste sentido, Francisco espera que esta conferência ajude "a todos a saírem melhores das crises que estamos vivendo, não só apostando nas soluções técnicas, mas sobretudo recordando que é essencial desenvolver uma atitude de solidariedade universal baseada na fraternidade, no amor e na compreensão recíproca".
Não podemos sair de uma crise sozinhos
A este propósito, "a Igreja apoia e encoraja todos os esforços não só para nutrir os outros ou responder às crises, mas também para promover o desenvolvimento humano integral, a justiça entre os povos e a solidariedade internacional, fortalecendo assim o bem comum da sociedade".
A seguir, o Papa explicou que crises e conflitos não são a mesma coisa.
Os conflitos são fechados em si mesmos. É difícil sair de um conflito de forma construtiva. Em vez disso, é possível sair das crises, se deve sair, mas com duas condições: não podemos sair de uma crise sozinhos, ou saímos juntos ou não saímos. Isso é importante! Não se pode sair sozinho, é preciso a comunidade, do grupo para sair. Por outro lado, se sai de uma crise para melhorar, sempre para seguir em frente, para progredir.
Por fim, Francisco agradeceu aos participantes da conferência promovida pela Pontifícia Academia das Ciências por "sua atitude perante esta crise, a fim de sairmos juntos e sairmos melhores".
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