O Papa: a guerra na Ucrânia põe em perigo o equilíbrio civil e religioso da região
Mariangela Jaguraba - Vatican News
O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta quinta-feira (22/06), na Sala do Consistório, no Vaticano, os membros do 34° Capítulo Geral dos Agostinianos da Assunção, mais conhecidos como Assuncionistas.
Em seu discurso, o Santo Padre enfatizou o tema que orienta os trabalhos capitulares dos Assuncionistas: «O Reino de Deus está próximo». Viver e anunciar a esperança do Evangelho, afirmando que esta é uma boa maneira de atualizar o lema deixado pelo fundador dos Assuncionistas, o Venerável Emmanuel d'Alzon, no espírito de Santo Agostinho: Adveniat Regnum tuum!
Manifestar a proximidade do Reino na vida cotidiana
Segundo o Papa, "uma das principais missões da vida religiosa apostólica é manifestar muito concretamente, na vida quotidiana, esta proximidade do Reino e, portanto, esta esperança para cada pessoa e para o mundo inteiro".
De acordo com Francisco, "esta proximidade passa naturalmente através das obras", mas também é importante "aproximar-se das pessoas, começando por aquelas que mais precisam de uma presença solidária e fraterna, que lhes mostra que o Reino de Deus se aproxima de todos, que há algum horizonte, que há alguma esperança, que a vida não está fechada. Isso deve ser sentido através de vocês e de seu testemunho evangélico. O testemunho tem esta força: abrir as janelas para ver a esperança de um Reino que está próximo".
Missão no Oriente Médio e na Europa do Leste
A este propósito, gostaria de mencionar em particular duas realizações, já consolidadas e sempre vivas, de sua Congregação: o apostolado das peregrinações, começando pela Peregrinação Nacional a Lourdes, cujo fervor vocês difundiram em países distantes, até à América Latina; e o compromisso com a mídia, que vocês desenvolvem hoje em todos os continentes, para um público variado, até mesmo distante da Igreja.
O Papa recordou também um dos apostolados dos Agostinianos da Assunção historicamente incisivo e ainda presente: a Missão do Oriente, e os encorajou a "realizar esta missão, no Oriente Médio, onde a condição dos cristãos está ameaçada, e na Europa do Leste, onde a guerra na Ucrânia põe em perigo o equilíbrio civil e religioso da região".
Experiência de diálogo com a Ortodoxia
Desejo expressar também a gratidão da Santa Sé pelo seu fiel compromisso com a pequena Igreja católica de rito bizantino na Bulgária, que conta com vocês. A sua longa experiência de diálogo com a Ortodoxia, bem como com o Islã e o Judaísmo, é preciosa para a Igreja; que isso os torne, hoje mais do que nunca, artífices da unidade e da comunhão a serviço da paz.
"Não tenham medo de cultivar em vocês e ao seu redor o "tríplice amor" que o Padre d'Alzon lhes ensinou: amar a Cristo, amar a Virgem Maria e amar a Igreja. Assim, vocês serão fiéis ao seu carisma e encontrarão estradas fiéis e inovadoras de atualizá-lo", disse o Papa.
"Em todos esses caminhos, velhos e novos, queridos irmãos, vocês podem contar com minhas orações e minha confiança. Desejo a todos uma feliz conclusão do Capítulo e uma boa missão, onde quer que o Senhor os envie", concluiu Francisco.
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