Francisco recebe Zef Bisha, padre jesuíta da Albânia
Andressa Collet - Vatican News
Mesmo com a agenda tradicionalmente suspensa no mês de julho, nesta segunda-feira (10) o Papa Francisco recebeu em audiência o único padre jesuíta de nacionalidade albanesa, Zef Bisha, ordenado após o fim do comunismo. Ele mora em Tirana, na Albânia, o país mais muçulmano da Europa (com exceção da Turquia) e esteve diretamente envolvido na viagem apostólica do Pontífice ao país em 21 de setembro de 2014, "para curar as feridas e alargar o olhar da Igreja simples que quer crescer", disse na oportunidade o sacerdote.
A Albânia também recebeu a visita histórica de João Paulo II, em 25 de abril de 1993, e, mais recentemente, do secretário para as Relações com os Estados e as Organizações Internacionais, dom Paul Richard Gallagher, durante quatro dias no mês de março deste ano, numa iniciativa marcada pela fraternidade e para contribuir pela paz entre as religiões e abraçar as diferentes realidades políticas e eclesiais da Albânia. O país guarda um passado de perseguição. Durante 40 anos, os cristãos foram cruelmente oprimidos pela ditadura comunista de Enver Hoxha que instituiu o ateísmo na própria constituição.
A obra de reconstrução
Numa Igreja empobrecida pelas migrações dos últimos anos, mas vital e fiel para dar o testemunho de Cristo e viver em fraternidade, como descreveu dom Gallagher, a missão de Pe. Zef Bisha na Albânia - num contexto que acolhe 140 nacionalidades diferentes - é reconstruir "pedra sobre pedra" a Igreja, como fez com a própria capela de São Nicola após a queda do regime. Mas, como testemunha em primeira pessoa no site oficial da Companhia de Jesus, "as pedras não são mais como eram antes. Na Albânia, experimentamos inclusive a presença de diferentes confissões. A realidade líquida que nos invadiu faz com que nos esqueçamos de quem somos. Muitas vezes temos a impressão de estar semeando em vão".
Ao mesmo tempo, o superior da comunidade dos jesuítas de Tirana e coordenador regional para a Albânia acredita que diante das raízes históricas e dos desafios na dimensão política e social do país, "jamais se deve cansar! Vamos formar os homens do futuro com liberdade".
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