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Missionários brasileiros apresentam ao Papa o projeto "Com Deus, tem Jeito"

Uma iniciativa de evangelização de rua e acolhimento que já vai para a sua décima edição no Brasil. "Com Deus, tem Jeito", marcada para Cachoeira Paulista, de 24 a 26 de novembro, já ganhou a bênção do Papa que foi quem motivou a realização do projeto ainda no Ano da Misericórdia, quando Francisco pediu obras concretas de misericórdia. Na delegação que participou da Audiência Geral, representantes da Casa do Menor e Obra Lumen.
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Andressa Collet - Vatican News

Uma delegação brasileira encontrou o Papa Francisco ao final da Audiência Geral desta quarta-feira (25) para fazer um pedido especial: abençoar a décima edição do encontro "Com Deus, tem Jeito” que será realizado de 24 a 26 de novembro, na Canção Nova, em Cachoeira Paulista, em São Paulo. Entre eles, estava o Pe. Renato Chiera - que encontrou o Pontífice pela terceira vez - e Lúcia Inês Cardoso da Silva, da Casa do Menor, junto com dois jovens da Obra Lumen, Edwin e Raquel Costa.

Francisco recebeu em mãos um material sobre o evento, que nasceu da vontade de se unir "ao coração do Santo Padre" para proporcionar uma experiência pessoal e de misericórdia com Jesus a centenas de pessoas em situação de rua. Tanto que a documentação traz uma compilação de cartas de moradores já resgatados e acolhidos das ruas, além de uma carta de agradecimento ao apelo de Francisco que motivou a realização do projeto: "Com Deus, tem Jeito", então, foi uma resposta ao Papa ainda em 2016, no Ano da Misericórdia, quando pediu obras concretas de misericórdia.

A entrega do material ao Papa Francisco
A entrega do material ao Papa Francisco

"Mais uma vez, o Papa pediu que continuássemos!", confirma a delegação presente na Praça São Pedro, que também disse que a bênção do Pontífice e as suas palavras de encorajamento se estendem aos mais de 400 carismas, grupos e movimentos envolvidos no projeto que tanto reúne moradores em situação de rua como mobiliza a Igreja e suas comunidades para dar uma resposta viva e concreta ao convite do Pontífice, como conta o Pe. Renato Chiera e depois a Lúcia, sobre o encontro com o Papa ao final da Audiência Geral:

"Quando nós falávamos e apresentávamos o nosso trabalho, ele só falava 'avante, avante avante'. Ele falou três vezes 'avante'. Mas estava muito sorridente, abençoou a gente. E demos a camisa do 'Com Deus, tem Jeito', no sentido de entregar à Igreja esse trabalho que está acontecendo no Brasil e que está sendo um ponto de unidade e de sinodalidade entre as várias comunidades."

"Eu imagino o Papa, na idade que ele tem, tudo aquilo que ele carrega dentro do coração dele, todas essas tristezas essas dores. E quando ele tem esse momento que ele passa, que ele recebe um sorriso, que ele escuta os jovens como hoje na praça gritando o nome dele, que ele vê que não tá sozinho. E ele responde com aquele sorriso maravilhoso."

Movimento de encontro com o abandonado

O "Com Deus, tem Jeito" é pensado nas milhares de pessoas que vivem em condições precárias nas periferias do Brasil, muitas vezes envolvidas com tráfico de drogas e onde domina a violência. Na prática, primeiramente é feita uma abordagem na rua, para quem gostaria de ter outra opção de vida, a começar pela evangelização, e depois, inclusive, podendo conhecer as comunidades terapêuticas e as casas de acolhimento que podem vir a ajudá-los nessa situação de abandono e de dor, como descreve Edwin Costa, da Obra Lumen, sobre o encontro de novembro em Cachoeira Paulista:

"Nós vamos levar vários ônibus, de várias cidades, para a Canção Nova, em Cachoeira Paulista. Eles vão viver um acampamento, fazendo experiência com o amor de Deus, e aqueles que quiserem, não voltam mais para as ruas, eles são acolhidos: todos que quiserem são acolhidos. Tem toda uma estrutura e uma logística preparada. Tudo como fruto de uma experiência de um encontro que os missionários e voluntários fazem com Jesus crucificado nos irmãos e que os irmãos que vêm das cracolândias e das ruas fazem com o ressuscitado que é gerado ali naquele local de tanta comunhão e de tanta unidade."

Segundo Ana Pereira de Castro Mello, da Obra Lumen, atualmente missionária na Guiné-Bissau e que faz parte da organização do evento, muitos daqueles que participaram, hoje também são missionários: "foram acolhidos e hoje colaboram para resgatar outras vidas. É um movimento de amor e de encontro com o abandonado".

Segundo os organizadores, uma mensagem já foi enviada pelo Papa Francisco para os participantes, carismas e movimentos, ee será lida pelo bispo da diocese de Lorena, dom Wladimir Dias, na missa de encerramento do encontro, em 26 de novembro.

A delegação brasileira na Praça São Pedro
A delegação brasileira na Praça São Pedro
Confira a entrevista completa concedida a Silvonei José

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25 outubro 2023, 11:00