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O Pontífice durante a Audiência Geral desta quarta-feira (13) O Pontífice durante a Audiência Geral desta quarta-feira (13)  (VATICAN MEDIA Divisione Foto)

O Pontificado de Francisco entre sinodalidade e o novo impulso do Evangelho

No décimo primeiro aniversário da eleição do Papa, o secretário-geral da Comissão Teológica Internacional, monsenhor Piero Coda, conversa com a mídia do Vaticano: "o chamado à santidade no mundo contemporâneo e a dimensão da paz são algumas das características distintivas do governo do Papa".

Federico Piana - Vatican News

O pensamento que melhor resume o atual ministério petrino, quem explica é o monsenhor Piero Coda durante uma entrevista à mídia vaticana por ocasião do 11º aniversário da eleição do Papa Francisco, que é celebrado nesta quarta-feira, 13 de março. É um raciocínio que o secretário-geral da Comissão Teológica Internacional (um órgão criado para ajudar o Dicastério da Doutrina da Fé a examinar as questões doutrinárias mais importantes) faz partindo de um pressuposto: "a Igreja é o Evangelho. Isso significa que a medida da vida missionária da Igreja é essa fonte sempre nova de água viva, que flui para o mundo a partir de Jesus, e que constantemente renova sua face, impulsionando-a sempre para frente, para fora".

A revolução da santidade

Entre as revoluções que caracterizaram esses 11 anos de seu pontificado, monsenhor Coda menciona primeiramente uma, aquela ligada à exortação apostólica sobre o chamado à santidade no mundo contemporâneo Gaudete et exsultate que, de certa forma, lembra a constituição dogmática sobre a Igreja Lumen Gentium do Concílio Vaticano II. "O povo de Deus é santo: santo não porque seja perfeito, mas porque está investido da santidade de Jesus no Espírito. E cada um de nós é chamado à santidade por ser misericordioso, assim como nosso Pai que está nos céus. Uma santidade que o Papa frequentemente nos lembra como deve ser: fruto do amor, especialmente em relação aos últimos, aos descartados", diz Coda.

A renovação do processo sinodal

Outra renovação essencial para a Igreja introduzida por Francisco, o secretário da Comissão Internacional de Teologia a identifica no grande processo sinodal iniciado muitos anos após a instituição do Sínodo dos Bispos por Paulo VI. "Esse processo", explica ele, "retoma aquela mudança na vida e na missão da Igreja desejada pelo Concílio e a leva a um estágio de encarnação mais profundo, mais radical e mais difundido. A colegialidade episcopal e a comunhão entre as Igrejas locais na única Igreja de Jesus, de acordo com o teólogo, "se estendem e se manifestam através da participação de todos os batizados, de todos os carismas e de todas as vocações do Povo de Deus, precisamente através da sinodalidade como forma original da missão da Igreja".

Reforma da Cúria e impulso missionário

A reforma da Cúria Romana com a constituição apostólica Praediacate Evangelium, o ímpeto missionário da "Igreja em saída", a cultura do encontro e do diálogo, o novo compromisso com o ecumenismo e o trabalho pastoral marcado pela misericórdia são características distintivas do pontificado de Francisco que derivam diretamente do processo de sinodalidade que monsenhor Coda define como essencial.

A diplomacia da paz

No pontificado de Francisco, há outra dimensão que, nesses 11 anos, assumiu uma característica considerada profética por monsenhor Coda: a da paz. "É profética", enfatiza ele, "porque desde o início, quando ninguém ainda dizia isso, o Santo Padre enfatizou que já estamos vivendo uma terceira guerra mundial em pedaços, e hoje estamos vendo isso de maneira impressionante. É nesse contexto dramático que o Papa está dando força ao Evangelho da paz".

Os novos paradigmas da teologia

Nos últimos anos, o Papa Francisco nunca deixou de chamar aqueles que exercem a ciência teológica para não permanecerem fechados em uma torre de marfim, mas para descerem ao meio do Povo de Deus para compreendê-lo e apoiá-lo. Essa também foi uma revolução histórica, diz monsenhor Coda, que lembra a "constituição apostólica Veritatis Gaudium sobre a reforma dos estudos teológicos e a nova página aberta pela mensagem de Francisco à teologia para que ela possa assumir uma metodologia de encontro e proximidade no contexto mediterrâneo".

Graças ao impulso de Francisco, conclui Coda, "a teologia é agora chamada a uma profunda reforma. Se a teologia do século XX amadureceu, com a experiência do Povo de Deus, o extraordinário evento do Concílio Vaticano II, hoje somos chamados a colocar em prática uma teologia que se torne intérprete, promotora e servidora de uma nova etapa de evangelização".

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13 março 2024, 18:14