Papa recorda vítimas assassinadas em Comunidade de Paz na Colômbia
Andressa Collet - Vatican News
Assim o Papa Francisco recordou, ao final da missa do Domingo de Ramos, da esposa e do irmão de um dos líderes da comunidade colombiana de paz, mortos a tiros na manhã de 19 de março, perto do vilarejo de La Esperanza, no departamento de Antioquia. As vítimas são Nayeli Sepulveda, de 30 anos, e Edison David, de 15 anos.
De acordo com relatos da mídia local, três menores que voltavam para a fazenda da comunidade viram e recuperaram os dois corpos, cerca de quatro horas após o duplo assassinato, depois de uma "resposta negativa" do Ministério Público e da polícia, devido ao mau tempo que causou a subida de rios e lama nas estradas.
Ameaças e invasões nos dias precedentes
"Nas últimas duas semanas, nós da Operação Colomba, estivemos presentes como observadores internacionais na aldeia de La Esperanza, justamente por causa dos últimos ataques. Eu havia deixado o local no dia anterior ao massacre", explica Monica Puto, agente da Operação Colomba, o corpo não violento de paz da Comunidade de Pe. Benzi.
A Comunidade de Paz havia sofrido recentemente vários ataques, continua ela: "invasões de terra na propriedade privada Las Delicias, dentro do vilarejo, danos materiais à propriedade, ameaças, calúnias para desacreditar a resistência pacífica que eles vêm realizando há 27 anos para proteger suas terras de grandes projetos de mineração. O município de Apartadó, as autoridades locais e o governo nacional estavam cientes do que estava acontecendo antes do massacre". "Pedimos um fim imediato a essa escalada de violência que está afetando aqueles que estão na linha de frente e que trabalham para criar um futuro pacífico para seu país", conclui a agente italiana.
Mais de 300 pessoas assassinadas nos últimos anos
Desde 1997, mais de 300 pessoas foram assassinadas na Comunidade de Paz. Embora as violações dos direitos humanos nunca tenham cessado, desde 2005 não acontecia um massacre como esse. Desde a assinatura dos Acordos de Paz de 2016, a Comunidade de Paz continuou a denunciar a forte presença de grupos paramilitares na área. A Operação Colomba - Corpo de Paz da Comunidade Papa João XXIII, fundada por Pe. Oreste Benzi - está presente na Colômbia desde 2009 para garantir a proteção e o acompanhamento das pessoas afetadas pelo conflito.
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