Papa: o futuro da humanidade está nas crianças e nos idosos
Andressa Collet - Vatican News
A Sala Nova do Sínodo, no Vaticano, sediou na tarde de sábado (11/05) doze mesas temáticas dentro do contexto do II Encontro Mundial sobre a Fraternidade Humana, realizado nos dias 10 e 11 de maio, com a presença de 30 vencedores do Prêmio Nobel da Paz e, inclusive, do Papa Francisco. No evento "Crianças: Geração Futura", um tema delicado, que foi criado a partir de uma intuição corajosa do próprio Pontífice para inverter o paradigma da escuta, ou seja, a partir das crianças.
Francisco falou após a intervenção do cardeal Mauro Gambetti, arcipreste da Basílica Papal de São Pedro no Vaticano e um dos organizadores do encontro; e de Mariella Enoc, ex-presidente do hospital pediátrico Bambino Gesù, de Roma, conhecido como o "Hospital do Papa", que apresentou rapidamente o projeto "A Vila Virtual das crianças no mundo", uma estrutura para os pequenos vulneráveis; e de uma invasão colorida de crianças na sala, todas usando tiaras confeccionadas a partir de folhas de árvores. De fato, o painel é um evento preparatório para a I Jornada Mundial das Crianças que será realizada nos dias 25 e 26 de maio.
A conversa entre o Papa e as crianças
O evento, então, abriu espaço para um diálogo informal de perguntas e respostas entre o Papa e as crianças presentes. Francisco começou questionando o que é a felicidade no mundo para elas e as ideias brotaram do público infantil: "é sermos todos unidos"; "é sermos uma família de Deus"; "é a paz". E como se faz ou onde se compra a felicidade, pediu o Pontífice: "a felicidade não se compra, vem da gente", disse um menino. E como se pode ser feliz, continuou questionando o Papa: "quando todos estão bem"; "quando estamos em paz e somos felizes"; "com palavras gentis". Francisco então conduziu o diálogo falando da importância de não se brigar com os outros, como acontecem nas guerras, onde infelizmente também há crianças dos dois lados, mas "que não são inimigas". E finalizou a conversa com o público infantil, voltando a enaltecer a importância dos avós, quando uma criança pediu que rezesse pela sua, motivando a rezar todos juntos uma Ave-Maria pelos avós. "Viva os avós", exclamou o Papa, que também agradeceu pelo momento: "coragem e vamos seguir em frente!".
A Declaração da Fraternidade das Crianças
Em seguida foi divulgado o curta-metragem "A casa de todos", de Pier Giorgio Bellocchio, que mostra a visita de uma família coreana a Roma que entra em contato com moradores em situação de rua, que sofrem com a chuva que cai na cidade. Na sequência, teve o lançamento do Álbum da Fraternidade das Crianças e a leitura da Declaração da Fraternidade das Crianças, produzida por crianças do mundo inteiro e lida por elas mesmas, com a assinatura do Papa Francisco. O documento traz o real significado da fraternidade: viver como irmãos é perceber que "somos como as raízes de uma árvore centenária: nos abraçamos no subsolo, sem nem mesmo nos darmos conta disso, em uma aliança silenciosa de vida, apoiando-nos mutuamente contra as tempestades do tempo". As raízes da humanidade, continua a declaração, "afundam no solo fértil da solidariedade, crescem no jardim do encontro, florescem na paz da criação e exigem cuidado contínuo, atenção constante e trabalho incessante, no qual todos nós devemos nos descobrir como jardineiros atentos". O único fruto para fazer os irmãos felizes é o amor e por isso o convite aos adultos e às próprias crianças de se plantar sementes de esperança para fazer brotar a ternura no mundo, um mundo onde as diferenças não sejam motivos de guerra, mostrando-se, realmente, que são fratelli tutti.
O futuro da humanidade
Ao final dos trabalhos, o Papa ainda foi questionado do porquê da insistência em se promover uma Jornada Mundial das Crianças. Francisco enalteceu, mais uma vez, que "o futuro da humanidade está nas crianças e nos idosos", no encontro das crianças e dos idosos, é preciso cuidá-los e tutelá-los: ajudar as crianças a crescerem e se desenvolverem; e elas, ouvirem a sabedoria dos idosos, comentou Francisco. Então, lembrou de um escritor espiritual que disse que "queria estar nos braços de Deus como uma criança nos braços de uma mãe", comentando o quanto é importante a segurança do colo de uma mãe:
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