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O Papa Francisco cumprimenta três mulheres ucranianas, mães e esposas de prisioneiros, no final da Audiência Geral O Papa Francisco cumprimenta três mulheres ucranianas, mães e esposas de prisioneiros, no final da Audiência Geral  (VATICAN MEDIA Divisione Foto)

Três mulheres ucranianas contam ao Papa a loucura da guerra

No final da Audiência Geral, um grupo de mães e esposas de militares feitos prisioneiros pelos russos depois de terem defendido energicamente Mariupol, entregou a Francisco um quadro no qual retrata a sua dor e, ao mesmo tempo, a sua oração pela libertação dos seus entes queridos. Elas pediram também o apoio do Papa para a abertura de corredores humanitários para permitir a troca de prisioneiros.

De Fabrizio Peloni

"Esta é a representação mais autêntica da nossa dor e ao mesmo tempo da nossa oração". Foi o que disseram ao Papa Francisco, no final da Audiência Geral desta quarta-feira (19/06), três mulheres ucranianas, mães e esposas de prisioneiros de guerra, capturados depois de terem defendido energicamente Mariupol. Elas entregaram nas mãos de Francisco um quadro de uma pintora da mesma cidade, Natalia, que retrata duas mulheres próximas uma da outra, uma das quais de joelhos, com o coração partido em oração. Atrás delas muitos homens pintados com cores escuras, sombrias, quase irreconhecíveis. Um arame farpado separa as mulheres dos homens.

Presentes simbólicos

Na realidade cotidiana, essas mulheres não sabem o destino de seus filhos e maridos há meses. Os prisioneiros de guerra em Mariupol parecem estar sofrendo um tratamento ainda mais severo: o filho de uma delas foi condenado a 20 anos de prisão pelo tribunal russo. As mulheres também doaram ao Pontífice, que, na catequese, lembrou novamente de manter em sua mesa "uma edição em ucraniano do Novo Testamento e dos Salmos de um soldado que morreu na guerra", uma moeda feita da lasca de uma bala, dentro de uma caixa azul e amarela, como as cores da bandeira ucraniana. E depois muitos desenhos e artesanatos feitos por crianças que estão vivendo o terror da guerra, aqueles pequenos que "como diz o Papa Francisco, não conseguem mais sorrir", disse uma delas. "Gostaríamos de ouvir sobre a possibilidade de abrir corredores humanitários para permitir a troca de prisioneiros e, por isso, gostaríamos de agradecer muito ao Santo Padre", acrescentaram. "Gostaríamos de ouvir sobre a possibilidade de abrir corredores humanitários para permitir a troca de prisioneiros e, por isso, gostaríamos de agradecer muito ao Santo Padre", acrescentaram.

Deputado ucraniano acompanhado pelo arcebispo de Lviv

Não muito longe delas, acompanhado pelo arcebispo metropolitano de Lviv, Mieczysław Mokrzycki, estava o professor Ivan Kalaur, parlamentar ucraniano, que em 24 de junho, junto com o esmoleiro do Papa, cardeal Konrad Krajewski, entregará uma ambulância doada pelo Papa Francisco ao hospital de Zboliv, na região de Lviv. Kalaur está ativamente envolvido na arquidiocese de Lviv e também está trabalhando na libertação de crianças ucranianas sequestradas pelo exército russo.

Saudação ao secretário-geral da Global Foundation

Steve Howard, secretário-geral da Global Foundation - fundada na Austrália e agora presente em todos os continentes -, acompanhado pela embaixadora australiana junto à Santa Sé, Chiara Porro, apresentou ao Pontífice os progressos realizados na "globalização cooperativa", "aquela que vai curar os males produzidos pela globalização irresponsável, como ele mesmo nos pediu em 2017", ilustrando o trabalho da mesa redonda em andamento em Roma nestes dias. Dentre os participantes estão o arcebispo Vincenzo Paglia e altos funcionários da ONU. Inspirados pelo lema da própria Fundação ("Juntos nos comprometemos com o bem comum global"), o "nosso compromisso", continua Howard, "está voltado para as periferias do mundo, seguindo o exemplo de São Francisco: na Amazônia para proteger a floresta tropical, na Índia para apoiar a transição energética e também na China para abordar a questão da inteligência artificial". À tarde, a delegação foi a Assis para apresentar o projeto de uma pequena capela perto do eremitério das prisões, no coração de uma floresta centenária de azinheiras.

A associação "Amigos do Cardeal Costantini"

"Celso Costantini foi o principal protagonista da virada nas relações da Santa Sé com o governo chinês, e já em 1926 tinha formulado um projeto de convenção de acordo". Quem fala é monsenhor Bruno Fabio Pighin – editor do livro "Cardeal Celso Costantini e a China – Construtor de uma “ponte” entre o Oriente e o Ocidente" – presente na Audiência Geral com um grupo de oitenta pessoas da Associação "Amigos do Cardeal Costantini", proveniente da diocese de Concordia-Pordenone, terra de origem daquele que em 1922 foi nomeado primeiro delegado apostólico na China. Monsenhor Pighin doou um exemplar do volume ao Pontífice “que tanto ama o povo chinês, como o Cardeal Costantini, grande evangelizador da China”. A delegação, liderada por dom Giuseppe Pellegrini, está em Roma para prestar homenagem a Costantini no centenário do Concílio de Xangai, do qual foi presidente. Amanhã à tarde, 20 de junho, o livro será apresentado na Pontifícia Universidade Urbaniana pelo Secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin, que assinou o prefácio.

Um projeto de agricultura sustentável

Os membros da Associação “Chicco per Emdibir”, sediada na diocese de Tortona, vieram à Praça São Pedro "para apresentar o projeto de agricultura sustentável para os países em desenvolvimento", como afirmou a presidente Elena Passadori. O grupo também inclui professores da Universidade Católica de Piacenza, incluindo o professor Giuseppe Bertoni que doou ao Papa o volume "Produção de alimentos adequados, suficientes, seguros e sustentáveis", porque "Francisco tem no coração a proteção do ser humano e da criação, através do bom uso de tecnologias". Com eles, da Papua Nova Guiné, veio Baldassare, protagonista de um projeto agrícola piloto numa das regiões mais pobres do país que o Papa Francisco visitará em setembro. "O valor deste projeto consiste em permitir o crescimento das famílias através da força e da dignidade humana que só o trabalho pode trazer às pessoas", explicou.

Mais de 200 delegados da Fism

Por fim, entre os presentes, o presidente da Federação Italiana de Escolas Infantis (Fism), Giampiero Redaelli, com 250 delegados provinciais e regionais. Para Redaelli, o encontro com o Papa, que abre oficialmente o XIII Congresso Nacional, é "uma oportunidade de reflexão sobre os rumos que a Federação adotará nos próximos quatro anos, com o lema “as crianças primeiro”". Comemorando o seu 50º aniversário, a Fism quis assinalar este evento como um relançamento da sua missão educativa, através do slogan “Vamos navegar”. "Agora começou a navegação e temos uma primeira etapa estratégica para o futuro das escolas", concluiu Redaelli.

Os adolescentes Maasai

A propósito do Pacto Educativo Global, da escola católica Saint Louis, em Endulen, no parque Ngoro Ngoro, na Tanzânia, seis adolescentes Maasai entre os 12 e os 15 anos e o seu professor, representantes dos outros trezentos colegas, saudaram o Papa Francisco no final da Audiência Geral. Eles vieram para Itália de “férias como recompensa” pelo seu desempenho escolar e foram acolhidos em Mântua durante cerca de um mês por algumas famílias, incluindo o casal Mirandola que os acompanhou esta manhã à praça.

Comunidade boliviana de Roma

Por fim, um grupo de representantes da comunidade boliviana de Roma participou da Audiência Geral junto com dom Javier Ortiz, pároco da Basílica do Sagrado Coração de Jesus em Castro Pretório, ponto de referência para os fiéis desta nação, e com a embaixadora junto à Santa Sede, Teresa Subieta, visivelmente entusiasmada por poder apresentar os seus compatriotas ao Papa.

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19 junho 2024, 17:49