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Francisco durante a quarta edição dos Estados Gerais da Natalidade em maio Francisco durante a quarta edição dos Estados Gerais da Natalidade em maio  (VATICAN MEDIA Divisione Foto)

Papa: o problema é o egoísmo que cria injustiças, e não mais crianças no mundo

No Dia Mundial da População celebrado nesta quinta-feira, 11 de julho, Francisco volta a bater na tecla do 'inverno demográfico', a sua preocupação constante com a taxa de natalidade em declílio. Na rede social X, o Papa relançou a mensagem de maio quando, em discurso sobre natalidade em Roma, foi categórico: "o problema não é quantos de nós há no mundo, mas que tipo de mundo estamos construindo; não são as crianças, mas o egoísmo, que cria injustiças e estruturas de pecado".
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Andressa Collet - Vatican News

“O problema do nosso mundo não é o nascimento de crianças: é o egoísmo, o consumismo e o individualismo, que tornam as pessoas saciadas, sozinhas e infelizes.”

A mensagem foi divulgada pelo Papa Francisco na rede social X nesta quinta-feira, 11 de julho, Dia Mundial da População (#WorldPopulationDay), criado há 35 anos pelo Conselho de Governo do Programa de Desenvolvimento das Nações Uniões. A data foi instituída para sensibilizar sobre as questões relacionadas à população - como crescimento, envelhecimento, migração e urbanismo - e para reconhecer a importância de políticas demográficas no desenvolvimento socioeconômico dos países. 

Vários são os alertas identificados mundialmente, como a questão do "inverno demográfico" na Itália, como tem preocupado o Papa Francisco quando trata sobre da taxa de natalidade em declínio no país. Em maio deste ano, por exemplo, o Pontífice participou de mais uma edição em Roma dos Estados Gerais da Natalidade, um evento promovido pelo Fórum das Associações Familiares e que visa sensibilizar o público sobre os problemas e soluções ligados ao declínio da natalidade na Itália. Um tema que "está muito próximo do meu coração", disse ele em discurso, ressaltando que "os filhos são dons que recebemos, e isso nos faz lembrar que Deus tem fé na humanidade".

No passado, ainda recordou o Papa naquela oportunidade, alguns estudos e teorias alertavam sobre o número de habitantes da Terra, pois o nascimento de muitas crianças criaria desequilíbrios econômicos, falta de recursos e poluição:

"Sempre me chamou a atenção o fato de que essas teses, já ultrapassadas, falavam dos seres humanos como se fossem problemas. Mas a vida humana não é um problema, é uma dádiva. E na raiz da poluição e da fome no mundo não estão as crianças que nascem, mas as escolhas daqueles que só pensam em si mesmos, o delírio de um materialismo desenfreado, cego e desmedido, de um consumismo que, como um vírus maligno, mina a existência das pessoas e da sociedade pela raiz."

Ao denunciar o egoísmo presente no coração de tantas pessoas, o Papa sublinhou que "o problema não é quantos de nós há no mundo, mas que tipo de mundo estamos construindo; não são as crianças, mas o egoísmo, que cria injustiças e estruturas de pecado, a ponto de tecer interdependências doentias entre sistemas sociais, econômicos e políticos". Os lares, observou ainda Francisco, "estão cheios de objetos e vazios de crianças, tornando-se lugares muito tristes. Não faltam cachorrinhos, gatos...O que está faltando são crianças".

Dia Mundial da População de 2024

O tema de 2024 do Dia Mundial da População, porém, procura alertar para a importância de também se investir na coleta de dados, apurando quem ainda não foi contato e porquê: «Para não deixar ninguém para trás, conte com todos». A diretora executiva do Fundo da ONU para População, Unfpa, Natalia Kanem, aponta que “para que a humanidade progrida, as pessoas devem ser contadas, onde quer que estejam e quem quer que sejam, em toda a sua diversidade". Ela afirma que dados confiáveis ajudam a impulsionar os avanços globais no acesso das mulheres aos cuidados reprodutivos, reduções na morte materna e melhorias na igualdade de gênero.

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11 julho 2024, 12:30