Expansão da guerra no Oriente Médio preocupa o Papa: que a vingança seja desarmada pelo perdão
Vatican News
"Continuo a acompanhar con grande preocupação a situação no Oriente Médio", afirmou o Papa ao iniciar seus diversos apelos ao final da Audiência Geral desta quarta-feira.
De fato, Israel se prepara para um ataque iraniano, que jurou vigança após a morte em Teerã do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, na madrugada de quarta-feira, 31 de julho. Diversos cenários são considerados. Os ataques poderão partir do Hezbollah libanês que, segundo o jornal Washington Post, acumulou um arsenal de mísseis, foguetes e drones, entre 130 e 150 mil, cujo lançamento em série poderia superar a capacidade de defesa do sistema Iron Dome, além de o ataque poder ser realizado contemporaneamente a partir do Irã e seus aliados, como os Houthis, no Iêmen.
Diante da vingança iminente, os israelenses voltam a fazer uso dos bunkers, enquanto a população estoca alimentos e água. Por lei, cada andar dos prédios em Israel deve ter uma sala blindada. Hospitais de todo o país estabeleceram planos para receber milhares de vítimas. A clínica Ichilov, em Tel Aviv, esvaziou o seu parque de estacionamento subterrâneo e transformou-o em abrigo de emergência.
Uma série de acontecimentos estes, desdobramento da ação israelense em Gaza em retaliação ao ataque do Hamas em outubro passado, que matou 1,4 mil israelenses, incluindo 1.033 civis, 275 soldados e 58 policiais. Os feridos foram mais 3.400 feridos, e 247 soldados e civis feitos reféns.
Diante desta espiral do "olho por olho dente por dente", o Santo Padre reiterou seu apelo a todas as partes envolvidas, para que "a vingança seja desarmada pelo perdão":
Para que o conflito não se alastre e que o fogo cesse imediatamente em todas as frentes, começando por Gaza onde a situação humanitária é muito grave e insustentável. Rezo para que a busca sincera pela paz extingua as contendas, o amor supere o ódio e a vingança seja desarmada pelo perdão.
Francisco voltou a dirigir seu olhar a outros países afligidos por guerras, cujas populações sofrem as consequências:
Peço-vos que vos unais à minha oração também pela martirizada Ucrânia, Mianmar, Sudão: que estas populações tão provadas pela guerra possam encontrar em breve a tão desejada paz.
Antes da Audiência, o Papa encontrou-se com uma delegação da comunidade afegã na Itália. Resultante do encontro, seu último apelo pelo fim das discriminações no Paquistão e no Afeganistão, em particular contra as mulheres:
Unamos os nossos esforços e orações para eliminar a discriminação étnica nas regiões do Paquistão e do Afeganistão, especialmente a discriminação contra as mulheres.
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