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Francisco durante o colóquio com os membros da Companhia de Jesus na Indonésia Francisco durante o colóquio com os membros da Companhia de Jesus na Indonésia  (Vatican Media)

Indonésia: Papa encontra jesuítas e fica impressionado com tantos jovens

No final da manhã desta quarta-feira (04/09) em Jacarta, depois de compromissos com o presidente e autoridades políticas e civis da Indonésia, o Papa recebeu 200 membros da Companhia de Jesus na nunciatura. “Foi um encontro familiar, descontraído e incisivo”, disse o subsecretário do Dicastério para a Cultura e a Educação. Foram discutidos vários tópicos, incluindo o diálogo inter-religioso e a importância da inculturação.

Salvatore Cernuzio - Jacarta

Primeiro as autoridades políticas e civis do país, depois os membros da Companhia de Jesus local. Entre os primeiros encontros de Francisco em Jacarta, capital da Indonésia e primeira parada da sua longa viagem ao Sudeste Asiático e à Oceania (de 2 a 13 de setembro), não poderia faltar a reunião a portas fechadas com seus irmãos jesuítas, uma tradição de anos em cada viagem apostólica. O Papa recebeu 200 deles, dos 320 presentes em todo o arquipélago, nesta quarta-feira (04/09), por volta das 11h30 do horário local, na sala da Nunciatura Apostólica, onde nesta terça-feira (03/09) ele havia abraçado os pobres, órfãos, refugiados e idosos.

Perguntas e respostas, confidências, piadas

O encontro durou uma hora e, como sempre, foi marcado por um diálogo espontâneo com perguntas e respostas, confidências pessoais e algumas piadas. “Uma reunião descontraída, profunda e incisiva”, resumiu o Pe. Antonio Spadaro, subsecretário do Dicastério para a Cultura e a Educação e membro da comitiva papal, que estava presente no encontro. “Foi um momento familiar, como costuma ser”, explicou o jesuíta, jornalista e teólogo, à mídia do Vaticano. “O Papa Francisco fica sempre muito relaxado, ele se sente como se estivesse em família, então é capaz de dar o primeiro feedback da visita”. Com os confrades da Indonésia em particular, ele expressou surpresa e alegria ao ver tantos jovens: “talvez seja a coisa que mais me impressionou, o Santo Padre notou como são jovens os jesuítas em formação na Indonésia”.

Um momento do diálogo do Papa com os jesuítas da Indonésia na nunciatura de Jacarta
Um momento do diálogo do Papa com os jesuítas da Indonésia na nunciatura de Jacarta

Os temas do diálogo, inculturação, discernimento e oração

Muitos temas foram discutidos na conversa: “o Papa falou sobre a Companhia, a importância do discernimento e da oração. Os mais jovens lhe perguntaram quando encontra tempo para rezar e ele contou algumas anedotas”, explicou Spadaro. Todos os temas foram entrelaçados com outros que são importantes nesta terra, “como o diálogo inter-religioso ou a inculturação, nos quais ele insistiu muito”. Não faltaram referências às suas próprias experiências pessoais e observações espirituosas, como a proferida pelo Pontífice no final do encontro: "a polícia chegou para me levar embora".

Agenda apertada

“O Papa gosta de falar com seus irmãos, com descontração e de maneira livre e espontânea, mas ele tem ritmos precisos”. Após os compromissos da manhã no Palácio Presidencial Istana Negara, à tarde Francisco encontra com bispos, sacerdotes, diáconos, consagrados e consagradas, seminaristas e catequistas na Catedral de Nossa Senhora da Assunção; e após com os jovens da rede Scholas Occurrentes na Casa da Juventude “Grha Pemuda”.

A importância dos jovens e a contribuição dos cristãos

Os jovens e sua contribuição para o bem comum e para o presente e o futuro do mundo são um dos temas-chave de toda a 45ª Viagem Apostólica. O primeiro contato de Jorge Mario Bergoglio com as novas gerações da Indonésia foi, portanto, através dos jesuítas em formação: “uma Companhia de Jesus jovem que também representa uma Igreja jovem”, comenta o Padre Spadaro. “Francisco”, acrescenta ele, ”ama aquelas Igrejas que eu defino como zero vírgula (0,...%). Aqui estamos em 3%, portanto uma pequena porcentagem da população, mas eles são 8 milhões e há uma presença significativa no país. O objetivo do cristão”, enfatiza ele, ”ainda é contribuir para o crescimento do país, ser como fermento misturado à massa, e isso é muito importante para o Papa. A mensagem para os cristãos é que eles colaborem plenamente para o bem comum, além dos números; para o Santo Padre, o que conta é a vivacidade, a capacidade geradora”.

O Papa com os jesuítas na nunciatura
O Papa com os jesuítas na nunciatura

Olhando para a realidade e buscando o futuro

De toda a reunião - a primeira das três com a Companhia de Jesus planejadas para a viagem (as outras duas serão realizadas em Dili e Cingapura) - o que mais impressionou o Pe. Antonio Spadaro foi “o olhar” de Francisco. “Tanto na reunião desta manhã como nas outras que tivemos até agora. O Papa Francisco vê nesta terra uma possibilidade, a possibilidade de harmonia em um contexto pluralista. O presidente hoje também falou de harmonia e pluralismo. Acredito que há esperança aqui para um futuro tão ameaçado, em um momento em que o mundo está dividido e fraturado. Portanto, estes são os olhos do Papa, que estão muito abertos à realidade e à busca de um futuro”.

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04 setembro 2024, 10:08