Francisco aos passionistas: através da Paixão de Jesus, dar significado à dor do irmão que sofre
Andressa Collet - Vatican News
O Papa Francisco recebeu nesta sexta-feira (25/10) cerca de 100 participantes da 48° Capítulo Geral da Congregação da Paixão de Jesus Cristo que está sendo concluído em Roma. O evento é promovido contemporaneamente com o Sínodo dos Bispos, no Vaticano, e não muito distante do Jubileu 2025 que, enalteceu o Pontífice, tem entre os temas principais aquele da esperança. Uma virtude que também tem "uma relação especial com o carisma dos passionistas", já que a "razão teológica é a morte e a ressurreição de Cristo", com a certeza da fé fortalecida pela esperança de que, "além da morte, a vida continua".
Em vista da iminência do Ano Santo, continuou o Papa em discurso, é preciso renovar "as energias missionárias" como "anunciadores do Crucifixo Ressuscitado" para "alcançar o maior número possível de pessoas, porque todos, sem excluir ninguém, têm extrema necessidade da luz do Evangelho". Francisco, assim, incentivou os passionistas a criarem novos caminhos e oportunidades "para facilitar o encontro entre as pessoas e o Senhor":
"É necessário, portanto, sair pelas ruas, praças e becos do mundo, para não se tornar ansioso e criar bolor, e como prova da própria fé alegre e frutífera. No entanto, essa saída só poderá ser eficaz se brotar da plenitude do amor a Deus e à humanidade, vivida na vida contemplativa, nas relações fraternas da comunidade e no apoio mútuo - vida contemplativa e relações com a comunidade. Não deixem a vida contemplativa: vocês têm uma rica tradução de vida contemplativa - e isso de modo a caminhar juntos, experimentando a presença do Senhor em meio a vocês."
A manifestação suprema do amor de Deus
Portanto, insistiu o Papa, ao criar "eventos de evangelização", é necessário "um enraizamento constante na oração e na Palavra de Deus", "retirar-se para a oração e a contemplação, às vezes alguns meses ou às vezes todos os dias ou parte do dia. Sejam fiéis à tarefa de manter vivo o precioso carisma de São Paulo da Cruz" (1694-1775). O fundador italiano dos passionistas, que guiado pelo Espírito Santo proclamou o amor de Deus que se doou no Filho para a salvação humana, "se viu imerso em uma experiência espiritual que o tornou um dos místicos mais famosos da sua época".
"A sua percepção mais original foi que a morte de Jesus na Cruz é a manifestação suprema do amor de Deus. É o milagre dos milagres do amor divino, a porta para entrar na intimidade da oração e da união com Ele, a escola para aprender todas as virtudes, a energia que nos torna capazes de suportar toda dor."
A dor do irmão oferecida por amor
Da contemplação desse amor divino em prol da humanidade, da Paixão de Jesus, o fundador reuniu companheiros para proclamá-lo. Ao mesmo tempo, relembrou o Papa, São Paulo da Cruz tinha a percepção de que "a humanidade não tinha plena consciência desse amor. 'O amor de Deus não é conhecido, não é apreciado', exclamava ele". Mas com "a alegria e a força" do carisma, alertou Francisco, os "passionistas ou apaixonados" precisam continuar anunciando a presença de Jesus sobretudo diante dos sofrimentos dos nossos dias com a pobreza, as guerras, as divisões das pessoas e o descarte dos vulneráveis. Seguir o exemplo inclusive de Nossa Senhora, no Calvário, para, com "urgência", difundir a mensagem da salvação:
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