O Papa recorda cardeais e bispos falecidos: pastores e modelos do rebanho do Senhor
Mariangela Jaguraba/Jackson Erpen - Vatican News
O Papa Francisco celebrou, nesta segunda-feira (04/11), na Basílica de São Pedro, a missa em sufrágio dos cardeais e bispos que faleceram nos últimos doze meses.
Francisco iniciou sua homilia com as últimas palavras ditas ao Senhor pelo bom ladrão, crucificado ao lado dele: «Jesus, lembra-te de mim, quando vieres em teu Reino.»
Aquele condenado representa todos nós
"Não é um discípulo que as pronuncia, não é um daqueles que seguiam Jesus pelas estradas da Galileia e partilharam o pão com Ele na Última Ceia. O homem que se dirige ao Senhor é um malfeitor. Alguém que o encontra somente no final de sua vida, alguém cujo nome não sabemos", disse o Papa.
Os últimos respiros deste “estranho”, no entanto, no Evangelho se tornam um diálogo cheio de verdade. Aquele condenado representa todos nós; podemos dar a ele o nosso nome. Sobretudo, podemos fazer nossa a sua súplica: «Jesus, lembra-te de mim». Mantenha-me vivo em sua memória.
Um coração aberto
A seguir, o Papa refletiu sobre essa ação: lembrar. "Lembrar significa 'trazer de volta ao coração', colocar de volta no coração. Aquele homem, crucificado ao lado de Jesus, transforma sua dor extrema numa oração: 'Jesus, leva-me no teu coração'. Não o pede com voz angustiada, como a de um derrotado, mas com tom de esperança."
Isso é tudo aquilo que deseja o delinquente que morre como um discípulo de última hora: encontrar um coração acolhedor. Isso é tudo o que importa para ele, agora que está nú diante da morte. E o Senhor ouve a oração do pecador, até o último momento, como sempre faz.
Francisco disse ainda que "à súplica do crucificado culpado responde o Crucificado inocente: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso”. A lembrança de Jesus é eficaz porque é rica em misericórdia. Enquanto a vida do homem falha, o amor de Deus liberta da morte. Assim o condenado é redimido. O estranho se torna um companheiro; um breve encontro na cruz durará para sempre na paz".
"Jesus se recorda de quem é crucificado ao seu lado. O seu cuidado, até o último suspiro, nos faz refletir: há diferentes maneiras de recordar as pessoas e as coisas. Podemos nos lembrar dos erros, de assuntos pendentes, recordar dos amigos e dos inimigos. Como estão as pessoas em nosso coração? Como recordamos aqueles que passaram por nós nas experiências vividas?" Perguntou o Papa.
Eles amaram a Igreja
"Voltando-se para o coração de Deus, os homens de todos os tempos podem encontrar a salvação, mesmo que «aos olhos dos insensatos pareçam mortos». Toda a história é conservada na memória do Senhor. Ele é o seu juiz compassivo e rico de misericórdia", disse ainda Francisco, acrescentando:
"Rezemos para que possam desfrutar na eternidade da companhia dos santos", concluiu o Papa.
Segue a lista com os nomes dos cardeais e bispos de língua portuguesa, falecidos a partir de novembro de 2023.
Cardeais e patriarcas
Cardeal Alexandre do Nascimento, arcebispo emérito de Luanda (Angola), falecido em 28 de setembro de 2024.
Cardeal Eugênio Dal Corso, bispo emérito de Benguela (Angola), falecido em 20 de outubro de 2024.
Arcebispos e bispos
José Haring, O.F.M., bispo emérito de Limoeiro do Norte (Brasil), em 24 de dezembro de 2023.
Walter Ivan de Azevedo, S.D.B., bispo emérito de São Gabriel da Cachoeira (Brasil), 28 de janeiro de 2024.
Antônio Fernando Brochini, C.S.S., Bispo emérito de Itumbiara (Brasil), 15 de março de 2024.
Mário Clemente Neto, C.S.Sp., bispo Prelado Emérito de Tefé (Brasil), 8 de agosto de 2024.
Janusz Marian Danecki, O.F.M. Conv., bispo auxiliar de Campo Grande (Brasil), 30 de agosto de 2024.
Adélio Giuseppe Tomasin, P.S.D.P., bispo emérito de Quixadá (Brasil), 30 de setembro de 2024.
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