Papa Francisco: "A guerra é um horror, ofende Deus e a humanidade"
Thulio Fonseca - Vatican News
Ao término da oração do Angelus deste domingo, 1º de dezembro, o Papa fez uma série de apelos por paz, destacando os conflitos atuais que afligem a Síria, Gaza, Israel e a Ucrânia. Francisco reafirmou a importância do diálogo como caminho virtuoso para resolver disputas territoriais e promover a reconciliação, recordando o 40º aniversário do Tratado de Paz e Amizade entre a Argentina e o Chile, celebrado na última semana: "Graças à mediação da Santa Sé, esse tratado pôs fim a uma disputa territorial que havia levado os países à beira da guerra". O Pontífice também expressou sua alegria pelo cessar-fogo no Líbano:
Em seguida, o Pontífice fez um apelo urgente aos políticos libaneses, pedindo que elejam imediatamente o Presidente da República para restaurar a normalidade nas instituições e implementar as reformas necessárias para garantir a convivência pacífica entre as diversas religiões do país.
Paz no Oriente Médio
Em relação à situação em Gaza, Francisco se mostrou esperançoso de que o vislumbre de paz no Líbano possa influenciar positivamente o cessar-fogo em outras regiões em conflito. “Tenho muito presente no coração a libertação dos israelenses que ainda estão sendo mantidos como reféns e o acesso de ajuda humanitária à exausta população palestina”, afirmou, destacando a importância de garantir a segurança e dignidade para todos os afetados.
O Papa também manifestou sua proximidade com a Igreja na Síria, onde a guerra reacendeu recentemente, causando muitas vítimas: "Estou muito próximo à Igreja na Síria. Rezemos!”
Preocupação com a guerra na Ucrânia e os efeitos do inverno
Francisco se mostrou profundamente preocupado com o contínuo sofrimento da Ucrânia, que há quase três anos enfrenta as consequências devastadoras de um conflito armado.
“A guerra é um horror, a guerra ofende Deus e a humanidade, a guerra não poupa ninguém, a guerra é sempre uma derrota, uma derrota para toda a humanidade”, afirmou, ressaltando a situação dramática das crianças, mulheres, idosos e pessoas frágeis que são as primeiras vítimas. O Papa também alertou para a chegada do inverno, que pode piorar ainda mais a situação dos ucranianos:
“O inverno está às portas e pode agravar as condições de milhões de deslocados. Serão meses dificílimos para eles. A concomitância de guerra e frio é trágica.”
Diálogo, fraternidade e reconciliação
O Santo Padre fez um apelo à comunidade internacional, conclamando cada homem e mulher de boa vontade a se unir no esforço para pôr fim aos conflitos. “Faço, mais uma vez, um apelo à comunidade internacional e a cada homem e mulher de boa vontade para que façam tudo o que for possível para pôr fim a esta guerra e para que prevaleçam o diálogo, a fraternidade, a reconciliação.” O Pontífice também exortou todos os fiéis a não se cansarem de rezar pela paz e pelo fim dos sofrimentos impostos pelos conflitos:
“A busca pela paz é uma responsabilidade não de poucos, mas de todos. Se a indiferença e a resignação aos horrores da guerra prevalecerem, toda a família humana sairá derrotada. Caros irmãos e irmãs, não nos cansemos de rezar por essas populações tão duramente provadas e de implorar a Deus o dom da paz.”
Por fim, o Papa desejou a todos um bom início de Advento, um tempo de esperança e preparação para o Natal, e, como de costume, pediu que os fiéis não se esquecessem de rezar por ele.
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