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O Papa aos jovens da Ação Católica: sede próximos de quem sofre a fome e a guerra

Encorajo-vos a estarem sempre próximos, em oração e caridade, daqueles que sofrem, de tantos jovens como vós que estão mal por causa da fome, da guerra e das doenças. Foi a exortação do Pontífice aos jovens da Ação Católica Italiana, recebidos por Francisco na manhã desta sexta-feira na Sala do Consistório, no Vaticano, para as felicitações natalinas

Raimundo de Lima – Vatican News

Ouça com a voz do Papa Francisco e compartilhe

“Deus oferece seu amor e salvação a todos, sem exigir nada em troca e sem exclusão. Ele compartilha conosco sua alegria de ser o Filho amado do Pai”: disse o Santo Padre ao receber em audiência na manhã desta sexta-feira (20/12) na Sala do Consistório, no Vaticano, os jovens da Ação Católica Italiana - um expressivo grupo de cerca de 80 pessoas - para as felicitações natalinas.

Ao dar as boas-vindas ao presidente nacional e assistente geral da Ação Católica, aos responsáveis, educadores e a todos os presentes, Francisco ressaltou o fato de eles terem para o caminho formativo deste ano o tema “Tomar o largo”, destacando que o mesmo faz logo pensar nos primeiros discípulos de Jesus, que eram pescadores; e Jesus os faz tornar-se “pescadores de homens”. Partindo daí, o Papa desenvolveu sua reflexão em torno de duas imagens: a pesca e maravilha.

Audiência do Papa Francisco aos jovens da Ação Católica Italiana (Vatican Media)
Audiência do Papa Francisco aos jovens da Ação Católica Italiana (Vatican Media)

Deus respeita nossa liberdade

Primeiro: a pesca, ser pescadores de homens. O que isso significa? Talvez “capturar” as pessoas, talvez usar redes mais modernas? Isso certamente não é o que o Senhor deseja. Deus não quer “capturar” ninguém, pois respeita a nossa liberdade.

“Sabeis? - diz o Senhor -, tenho um Pai maravilhoso, que ama a todos, sem limites, e eu quero torná-lo conhecido para vós também, para que sejais felizes comigo!” É assim que Jesus faz o “pescador de homens”: contagiando-os com a alegria e a maravilha de seu amor, frisou o Santo Padre.

Audiência do Papa Francisco aos jovens da Ação Católica Italiana (Vatican Media)
Audiência do Papa Francisco aos jovens da Ação Católica Italiana (Vatican Media)

Toda a nossa vida é um dom extraordinário

“E isso nos leva ao segundo ponto: a maravilha, saber como se maravilhar. Vistes pessoas chatas? Sim? Existem... E sabeis por quê? Porque essas pessoas não sabem maravilhar-se! Tudo assim, tudo igual, monótono: elas perderam a capacidade de se maravilhar. O Natal é um período muito especial nesse sentido: as ruas se enchem de luzes, trocam-se presentes, a liturgia é enriquecida com cantos e sons belíssimos. Pensemos no Presépio: quanta maravilha há ali! Os pastores, os Magos e os outros personagens cercam a gruta com seus rostos maravilhados, envolvendo até mesmo os animais e toda a paisagem como em uma grande festa.”

Dito isso, Francisco observou que isso não vale somente para o Natal. De fato, disse, “toda a nossa vida é um dom extraordinário: cada um de nós é único e cada dia é especial, como gostava de dizer o Beato Carlo Acutis”. Ele dizia: devemos ser “originais”, não “fotocópias”, ressaltou.

Audiência do Papa Francisco aos jovens da Ação Católica Italiana (Vatican Media)
Audiência do Papa Francisco aos jovens da Ação Católica Italiana (Vatican Media)

Aprender a maravilhar-se

“Portanto, aprendamos a nos maravilhar. Por favor, não percai a capacidade de maravilhar-se. Aprendamos a nunca dar nada por garantido, especialmente o amor: o amor de Deus e o das pessoas que encontramos. Vamos contagiar tudo e todos com nossa maravilha: de casa em casa, de paróquia em paróquia, de cidade em cidade, de nação em nação. Dessa forma, espalharemos felicidade, confiança e consolo.”

Por fim, o Santo Padre agradeceu-lhes pelas doações que trouxeram para os necessitados e, antes de despedir-se, fez uma exortação aos presentes: “Encorajo-vos a estarem sempre próximos, em oração e caridade, daqueles que sofrem, de tantos jovens como vós que estão mal por causa da fome, da guerra e das doenças”.

Pensar naqueles que sofrem

“Sobre a guerra - acrescentou Francisco -, chegam jovens da Ucrânia, trazidos para tirá-los daquela guerra horrível. Sabei que os jovens ucranianos, que passaram pela guerra, esqueceram como sorrir? Eles não sabem sorrir: eles fazem isso... Pensai nessas crianças, nesses jovens”.

Assim fazendo, concluiu, “fazeis ressoar o canto dos anjos: “Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens que Ele ama” (Lc 2,14).

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20 dezembro 2024, 11:16