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Papa: conceder a graça aos presos no corredor da morte nos EUA

Francisco, nas saudações pós-Angelus deste domingo (08/12), pediu orações para aqueles que aguardam a execução nas prisões dos Estados Unidos, solicitando a comutação de suas sentenças. Nos últimos dias, a "Catholic Mobilizing Network", uma rede que faz campanha pela abolição da pena capital, apelou ao presidente Joe Biden para que convertesse a sentença de 40 homens que correm o risco da morte nas prisões federais.

Devin Watkins - Vatican News

“Vem do meu coração pedir a todos vocês que rezem pelos detentos que estão no corredor da morte nos Estados Unidos.” O Papa, logo após o Angelus neste domingo (08/12), pediu orações para que as sentenças dos que estão aguardando execução sejam comutadas. “Pensemos nesses nossos irmãos e irmãs”, disse Francisco, "e peçamos ao Senhor a graça de salvá-los da morte".

Nos últimos dias, um apelo para comutar as sentenças de morte de 40 pessoas atualmente detidas em prisões federais foi lançado pela Catholic Mobilizing Network (CMN), a organização católica nacional que faz campanha pela abolição da pena de morte nos Estados Unidos. Faltando apenas algumas semanas para o fim do seu mandato, de acordo com Krisanne Vaillancourt Murphy, diretora-executiva da CMN, o presidente Joe Biden tem uma oportunidade única de abraçar os ensinamentos católicos e salvar a vida desses detentos. "Estamos em um momento urgente e delicado”, explica Vaillancourt Murphy, "porque o presidente tem a autoridade e o poder constitucional de agir para abolir o corredor da morte federal".

Ensinamento católico sobre a pena de morte

Em 2018, o Papa Francisco alterou o Catecismo da Igreja Católica, um compêndio do ensino católico, para afirmar a oposição da Igreja à pena de morte com base na dignidade humana, que não é diminuída mesmo quando uma pessoa comete um crime grave. A Igreja, lemos na nova versão do parágrafo 2267 do Catecismo, “ensina, à luz do Evangelho, que ‘a pena de morte é inadmissível porque atenta contra a inviolabilidade e a dignidade da pessoa’,[1] e está comprometida com determinação pela sua abolição em todo o mundo”.

Em junho de 2021, o presidente Biden impôs uma moratória temporária sobre as execuções federais, uma pausa que o presidente eleito Donald Trump prometeu suspender. “Sabemos concretamente”, acredita a diretora-executiva da CMN, "que o presidente que assumirá o cargo no final de janeiro tem um histórico de execuções e está comprometido em expandi-las e acelerá-las novamente, o que torna isso bastante urgente".

O legado de Biden e o Jubileu 2025

O último mês do presidente Biden no cargo coincidirá com o início do Jubileu da Esperança de 2025, um Ano Santo enraizado no Antigo Testamento e que oferece um momento especial para restaurar uma relação correta com Deus e com os outros. “Estamos nos aproximando do ano histórico do Jubileu de 2025, uma tradição bíblica cuja história está ligada à libertação dos cativos, à libertação dos oprimidos e ao reequilíbrio da sociedade”, continuou Vaillancourt Murphy, ”é um ano histórico que pode ter uma relevância especial para um presidente cuja fé católica é muito importante para ele. Esse ano jubilar destaca um momento de reequilíbrio e um renascimento da justiça e da misericórdia”.

O Papa Francisco fez um apelo especial para a abolição da pena de morte na Bula de Indicação do Jubileu de 2025, pedindo aos fiéis de todos os cantos da terra, e especialmente aos pastores, que sejam os intérpretes do pedido para formar “uma única voz que corajosamente clama por condições dignas para os encarcerados, respeito aos direitos humanos e, acima de tudo, a abolição da pena de morte, uma medida contrária à fé cristã e que aniquila toda esperança de perdão e renovação”. Vaillancourt Murphy, portanto, enfatiza que o fim do mandato do presidente Biden representa uma oportunidade única para os Estados Unidos oferecerem ao mundo um sinal tangível de esperança em relação ao fim da pena de morte. Se o presidente Biden desse esse passo”, concluiu, "isso repercutiria não apenas nos Estados Unidos, mas em todo o mundo, e o ano do Jubileu é o momento perfeito para esse presidente católico dar esse passo histórico".

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08 dezembro 2024, 15:00