Francisco sobre a harmonia sinodal: até as crianças quando choram fazem música
Andressa Collet - Vatican News
O Papa Francisco recebeu neste sábado (07/12) pela manhã, na Sala do Consistório, no Vaticano, uma delegação de mais de 200 pessoas formada pelos artistas e promotores do "Concerto com os Pobres" que já está na sua quinta edição, iniciativa que nasceu em 2015 para celebrar a beleza da música com a solidariedade aos mais vulneráveis. A audiência com o Pontífice já faz parte da agenda no dia do evento.
Na saudação, Francisco se disse feliz pelo reencontro e pelo espetáculo que, na Sala Paulo VI, irá reunir artistas internacionais - como o maestro Hans Zimmer, a violoncelista Tina Guo, o compositor Dario Vero e a atriz Serena Autieri - ao Coro da Diocese de Roma e à Orquestra Nova Opera. Tudo organizado por monsenhor Marco Frisina para um público de 8 mil pessoas, incluindo 3 mil indigentes de todas as nacionalidades e religiões.
A parábola da harmonia sinodal
"Um concerto é uma bonita parábola, uma parábola da harmonia sinodal", comentou o Papa em audiência, "que a Igreja está se esforçando para viver mais plenamente". Uma harmonia que deve combinar desde diferentes instrumentos e vozes até os silêncios e intervalos, porque Deus chama cada um para se expressar, disse Francisco, para desempenhar a composição em conjunto. "Até as crianças quando choram fazem música", acrescentou o Pontífice:
"Para realizar essa parábola da harmonia, é necessário escolher por 'participar'. E isso não é dado como certo. Todos vocês escolheram de 'participar', participar desse evento 'com' pessoas necessitadas, que lutam todos os dias para seguir adiante. E essa escolha de vocês gera um sinal de esperança. É isso que o próximo Jubileu também propõe: gerar sinais de esperança, a partir da fonte de amor que é o Coração de Jesus."
A sinfonia de amor do Evangelho
Especialmente porque acontece em comunhão com os pobres, os protagonistas da noite, "unidos pela mesma dignidade e chamados à fraternidade", Francisco pede ao Senhor que sempre mantenha acesa essa chama da esperança, desejando que o concerto se revele uma "maravilhosa sinfonia de amor", como é o próprio Evangelho.
"Sem a colaboração de todos não se pode realizar uma verdadeira sinfonia. Somente de um concerto de pessoas diferentes nasce a harmonia que edifica e conforta todos. Da mesma forma, a Igreja, chamada a ser no mundo um sinal e instrumento de harmonia, de comunhão e fraternidade, deve realizar no coração da humanidade um maravilhoso e consciente canto de amor a Deus e aos irmãos."
No final do concerto, patrocinado pelo Dicastério para o Serviço da Caridade - Esmolaria Apostólica, pelo Dicastério para a Cultura e a Educação e pelo Pontifício Instituto de Música Sacra, tradicionalmente será oferecido um jantar take-away e doado outros tipos de produtos aos pobres.
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