"Cedo ou tarde" relações com Vaticano serão restabelecidas, afirma jornal chinês
Cidade do Vaticano
China e Vaticano restabelecerão relações diplomáticas “cedo ou tarde” e o Papa Francisco, “com a sua sabedoria”, poderá contribuir para a retomada das relações diplomáticas com Pequim.
A convicção foi expressa por um dos mais influentes jornais chineses, o Global Times, que pela segunda vez em poucos dias retoma ao tema, no editorial publicado esta terça-feira, 06/02.
“Pequim é paciente nas suas negociações com o Vaticano”, explica o jornal, spin-off do Quotidiano do Povo, órgão de imprensa do Partido Comunista Chinês.
“Não obstante o difícil processo, o grande número de não católicos na China nunca esteve contra o Vaticano. O público chinês geralmente respeita qualquer Papa”.
O editorial inspira-se em informações divulgadas pela Agência Reuters, de que “em poucos meses” China e Vaticano poderiam chegar a um acordo em relação à nomeação de bispos, um dos pontos cruciais para a retomada das relações diplomáticas rompidas em 1951, com a expulsão do núncio apostólico da República Popular da China.
O Global Times também redimensiona o obstáculo da relação entre Taipei e a Santa Sé, único aliado diplomático de Taiwan na Europa.
“A questão de Taiwan não é a principal preocupação de Pequim na gestão das relações com o Vaticano”, afirma o tabloide, “pois o continente dispõe de muitos instrumentos para exercer pressões sobre Taiwan”.
Pequim e o Vaticano “estabelecerão relações diplomáticas cedo ou tarde”, afirma o editorial, que deposita grande confiança no Pontífice.
“O Papa Francisco é uma imagem positiva para o público chinês. Espera-se que faça avançar as ligações China-Santa Sé e resolva os relativos problemas com a sua sabedoria”.
Em 2 de fevereiro, em outro artigo publicado no jornal sobre o tema, foi enfatizado que “o fato de que a China permaneça ligada a seus princípios, não significa que não exista espaço para negociações com o Vaticano sobre a questão da ordenação de bispos”.
(Com Ag. Agi)
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