Mons. Viganò sobre Olmi: sintonia espiritual com o Papa Francisco
Cidade do Vaticano
“Deixa-nos um grande cineasta, um homem de profunda cultura e fé.” Foi o que disse o assessor da Secretaria para a Comunicação (Spc) da Santa Sé, Mons. Dario E. Viganò, sobre o mestre do cinema italiano Ermanno Olmi, falecido esta segunda-feira (07/05) com quase 87 anos, cuja obra cinematográfica é densa de referências e contínuas evocações à tradição cristã, ao universo de valores católicos.
“Conheci pessoalmente Ermanno Olmi anos atrás, dialogando com ele num encontro público em Luino, Varese (norte da Itália), por ocasião do Prêmio Piero Chiara em março de 2013 – conta à agência Sir Mons. Viganò. Naqueles anos, Olmi, com sua saúde já debilitada, desejava partilhar seu imaginário cinematográfico e espiritual.”
Último trabalho dedicado ao Cardeal Carlo Maria Martini
A partir de então, Mons. Viganò e Olmi tiveram outras ocasiões de contato: “Apresentei na Filmoteca Vaticana, graças à filha Elisabetta Olmes, a quem mando meu abraço – continua Viganò – seu último trabalho, dedicado ao Cardeal Carlo Maria Martini, intitulado ‘Vejam, sou um de vocês’. E propriamente naquela ocasião, em que o cineasta não pode intervir por motivo de saúde, emergiu o desejo de um contato com o Papa Francisco. Deu-me uma carta para ser entregue ao Santo Padre, com seus últimos filmes, em particular Villaggio di Cartone (Aldeia de Papelão).”
De fato, com este filme o multipremiado cineasta e escritor originário de Treviglio – região italiana da Lombardia – faz um forte e premente apelo à Igreja e a toda a comunidade a acolher o outro, o estrangeiro, o necessitado de integração e inclusão.
Sintonia espiritual com o Santo Padre, atenção aos últimos, aos rejeitados
Propriamente sobre este filme, acrescenta Mons. Viganò: “Ermanno Olmi tinha uma sintonia espiritual com o Papa, por sua atenção aos últimos, aos rejeitados. Olmi queria muito que o Papa Francisco visse esse filme, capaz de colher aquela imagem de Igreja em saída, de Igreja hospital de campanha, pronta para o acolhimento, reiteradas vezes evocada pelo Santo Padre”.
Como estudioso do cinema e por muitos anos à frente de instituições cinematográficas, Mons. Viganò observa: “Ermano Olmi deixa hoje um traço indelével, fecundo, na história do cinema e da indústria cultural italiana, tendo sabido conjugar a força expressiva da imagem às impalpáveis dinâmicas do espírito. Um último pensamento, porém, é pessoal, mais que ao artista, ao homem, tendo-o conhecido. Olmi era um homem pronto para o encontro, com olhar aberto e luminoso”.
A dimensão popular da experiência cristã
Também o subsecretário da Conferência Episcopal Italiana (CEI), Mons. Ivan Maffeis, manifestou-se sobre a importante herança cultural deixada pelo cineasta e escritor:
“Ermanno Olmi soube ler a dimensão popular da experiência cristã, contando suas mais simples e genuínas tradições. Colheu a importante cotidianidade da fé na vida do homem, o encontro do Evangelho com a vida de todos os dias.”
(Agência Sir)
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