Card. Zenari: na Síria uma catástrofe humanitária sem precedentes
Cidade do Vaticano
Núncio na Síria desde 2009, o cardeal Mario Zenari é testemunha de uma tragédia que reduziu a Síria a um país de refugiados internos e externos. Por isso suas palavras são cruciais no encontro promovido pelo Centro Astalli na Pontifícia Universidade Gregoriana. "Quando penso na Síria", disse o cardeal Zenari, "aparecem duas imagens diante de mim: uma é a Pietà de Michelangelo, diante da qual me detenho quando entro na Basílica de S. Pedro, e na qual vejo a Síria que carrega nos braços seus próprios filhos, milhares de mortos e feridos. A outra é a parábola do bom samaritano: a Síria que foi atacada por ladrões e abandonada na beira da estrada”.
Mulheres e crianças
Segundo o núncio apostólico, nestes sete anos de guerra pode-se dizer que foram as mulheres e as crianças que pagaram o preço mais alto do conflito, que nasceu com os protestos de ruas e que agora chega a ter cinco exércitos “entre os mais poderosos e temidos do mundo” em campo. Na parte oriental de Aleppo, conta o cardeal Zenari, há entre dois mil a seis mil crianças que vivem nas ruas sem ninguém, e acontece que morrem de fome e de frio. As mulheres, por outro lado, algumas vezes devem manter até nove filhos, porque os maridos morreram na guerra ou desapareceram.
Mais de 12 milhões fora de suas casas
Um quarto dos refugiados de todo o mundo são sírios e dentro da Síria há 6 milhões de deslocados, pessoas que perderam tudo. É uma catástrofe humanitária sem precedentes. Os sírios que foram obrigados a deixara o país são 12 milhões. Concluindo o cardeal Zenari diz que “o maior sonho dos sírios que partiram é de um dia poder voltar para suas casas, para seus lares”.
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