Briefing sobre o Sínodo. Pe. Sosa: ser povo de Deus e comunidade
Cidade do Vaticano
A “colegialidade na Igreja” expressa cada vez mais a sua “riqueza”, passo a passo. Certamente, há “sinais de mal-estar”, mas isto de que estamos falando é o “Sínodo dos Bispos”.
Assim se expressou o prepósito geral da Companhia de Jesus, Pe. Arturo Sosa Abascal, falando no início da tarde desta segunda-feira (15/10) no briefing na Sala de Imprensa da Santa Sé sobre os trabalhos da XV Assembleia Geral ordinária do Sínodo dos Bispos, a qual tem como tema “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”.
O jesuíta, respondendo a uma pergunta sobre a eventualidade de permitir o voto também das mulheres que estão participando do Sínodo, esclareceu que “o modelo” auspiciado pelo Concílio Vaticano II “com o povo de Deus no centro ainda não se encarnou plenamente na história”, mas a Igreja está em caminho e as mudanças estão se realizando.
Ser povo de Deus e comunidade
Uma Igreja à escuta que vê a participação ativa dos leigos e das leigas “já é realidade”: precisou por sua vez o ministro-geral da Ordem dos Frades Franciscanos Menores Conventuais, Pe. Frei Marco Tasca.
“Nos Sínodos diocesanos há esta presença”, acrescentou o franciscano, com toda a contribuição que disso deriva: deveria talvez crescer “a nível episcopal”. Também o mestre-geral da Ordem dos Frades Pregadores, Pe. Frei Bruno Cadoré, pronunciou-se sobre a questão.
Segundo o dominicano, é preciso sobretudo valorizar as “celebrações”, não tanto as “assembleias estruturadas”. O que a Igreja deveria ser é, sobretudo, uma comunidade. “Os jovens”, insistiu, “precisam de um lugar de pertença, de “uma família, como costuma se dizer na África”: é preciso voltar a atenção para as “cerimônias comunitárias”.
Promover uma “cidadania universal”
Entre os temas surgidos durante o encontro com os jornalistas foi dado amplo espaço ao das migrações e do acolhimento. Trazendo também a experiência do Serviço Jesuíta para Refugiados (Jesuit Refugee Service), Pe. Arturo Sosa, evidenciou “três sinais dos tempos”.
Um “processo de secularização” cada vez mais difuso; o “mundo digital”, que estimula novos processos “educacionais”; e o mundo multicultural com suas migrações.
“Pensando naqueles que são obrigados a deixar tudo – disse –, pensemos como estamos nos tornando desumanos.” O prepósito geral da Companhia de Jesus insistiu que são dois âmbitos de investigação: os motivos que estão por trás dos fluxos, e como promover uma cultura do acolhimento.
Dois extremos de um tema delicado, em cujo centro estão outras problemáticas a serem consideradas. Em primeiro lugar, o tempo de permanência nos campos de refugiados. Algumas pessoas que acabam nestes lugares ficam até dezessete anos, disse o jesuíta, um tempo infinito no qual é extremamente importante oferecer também “um serviço educacional”.
O Sínodo está se alimentando da variedade juvenil
A enorme variedade do mundo juvenil, que está emergindo durante o encontro, foi delineada pelo Pe. Frei Bruno Cadoré, o qual auspiciou que o documento final possa absorver toda a sua riqueza.
O texto conclusivo, como precisou o prefeito do Dicastério vaticano para a Comunicação e presidente da Comissão sinodal para a informação, Paolo Ruffini, será votado ponto por ponto e adotado com a maioria dos 2/3. Provavelmente, acrescentou, será acompanhado de uma mensagem dirigida aos jovens.
Encontrar o alvorecer ao cair da tarde
Pa. Frei Marco Tosati destacou o tema ecológico e o tema da escuta, que seja capaz de acolher também “as correções” que os jovens propõem “com a sensibilidade deles”. Este Sínodo não é um Sínodo das “lamúrias”, acrescentou o ministro-geral da Ordem Franciscana dos Frades Menores Conventuais, mas o lugar “onde construir juntos”.
De fato, os jovens “querem participar da vida da Igreja” e buscar “perspectivas para o futuro”. Por fim, citando uma canção do renomado cantor e compositor italiano Franco Battiato, acrescentou que é “preciso encontrar o alvorecer ao cair da tarde”.
O primeiro mandato da Igreja é o amor
Esteve também presente na Sala de Imprensa da Santa Sé, no Vaticano, Silvia Teresa Retamales Morales, membro do Observatório sócio-pastoral dos jovens no Chile. A jovem auditora falou da alegria de participar deste encontro, bem como sobre a urgência da Igreja de ser cada vez mais “inclusiva”.
Em relação à questão dos abusos no Chile, o advogada ressaltou que os jovens no país tiveram uma “crise de confiança”, mas que essa dramática questão poderá ser ocasião para “repensar as estruturas eclesiais”, de modo a evitar que o que ocorreu possa repetir-se.
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