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A décima Congregação Geral realizou-se na tarde de quinta-feira (11/10/18), na Sala do Sínodo A décima Congregação Geral realizou-se na tarde de quinta-feira (11/10/18), na Sala do Sínodo 

Sínodo: a Igreja e a família ajudem os jovens a ser luz na escuridão

O Sínodo evidencia também a indignação dos jovens diante das injustiças, das discriminações sociais, dos escândalos, com o apelo a aumentar a presença feminina na Igreja e favorecer uma pastoral sensível à “igualdade de gênero”.

Cidade do Vaticano

Realizou-se na tarde de quinta-feira (11/10) na Sala do Sínodo, no Vaticano, a décima Congregação Geral do Sínodo dos Bispos dedicado aos jovens. Uma assembleia concentrada, à escuta, empática e em alguns momentos comovida, sobretudo quando os jovens tomaram a palavra, com aquele desejo de ser “luz verdadeira na escuridão”, agentes do Evangelho na esfera pública.

Aumentar a presença feminina na Igreja

Na qualidade de auditores, provenientes de várias partes do mundo, ofereceram um instantâneo vivo da realidade deles chamando a atenção para o direito à paz e à estabilidade, muitas vezes dado por óbvio, mas do qual muitos são privados.

O drama dos jovens iraquianos

Foi significativo o testemunho de um iraquiano, convidando o Papa a visitar seu martirizado país onde os cristãos são uma minoria. Ele falou de uma realidade diária de ameaças, sequestros, assassinatos, fugas, como a dos 120 mil fiéis da Planície de Nínive sob a ameaça do autodenominado Estado Islâmico (EI). O grande temor é de que perdendo a confiança no futuro, um dia o Iraque possa esvaziar-se de cristãos.

Olhar para os jovens de todas as culturas

Entre os pronunciamentos dos bispos foi evidenciada a ameaça do fundamentalismo religioso e da corrupção que paira no horizonte de fé e esperança dos jovens. Como responder ao desejo de justiça inscrito no coração dos jovens?

Os prelados propõem investir sobretudo numa boa formação cristã e humana, mas dizem “não” a uma abordagem exclusivamente “ocidental”. Foi feito um convite a uma mudança cultural: é preciso uma maior atenção ao tema da migração, da pobreza e da perda das raízes culturais que aflige tantos jovens nos países do sul do mundo.

Deve-se haurir desses lugares também o alegre testemunho de fé: em alguns países africanos, por exemplo, a aspiração de um jovem à vida consagrada ou sacerdotal é uma alegria para a família e a sociedade.

Mais presença feminina, menos clericalismo

O Sínodo evidencia também a indignação dos jovens diante das injustiças, das discriminações sociais, dos escândalos, com o apelo a aumentar a presença feminina na Igreja e favorecer uma pastoral sensível à “igualdade de gênero”.

Foi observado que as mulheres podem contribuir para romper aqueles “círculos clericais fechados” que podem ter contribuído para o ocultamento dos abusos. Foi evocado o escotismo, que oferece um testemunho de abordagem aberta a todos, sem discriminação de sexo, raça ou religião. Na Sala do Sínodo foi também colocado o drama dos muitos migrantes considerados “irregulares”, com a recomendação à Igreja a ser voz dos mais vulneráveis.

Delegados fraternos: ecumenismo vivo

Por fim, na Sala do Sínodo, a intervenção dos delegados fraternos designados das respectivas Igrejas e Comunidades Eclesiais ainda não plenamente em comunhão com a Igreja Católica. Após a intervenção do diretor do Escritório Ecumênico Metodista, Rev. Tim Macquiban, que na manhã desta quinta-feira havia evidenciado o valor dos movimentos laicais, na parte da tarde outros seis expoentes de várias confissões cristãs tomaram a palavra.

Representando o Patriarcado Ecumênico, o metropolita dos “dardanéis” nos EUA, Nikitas Lulias, invocou uma nova onda de frescor, um novo sopro do Espírito que ajude os cristãos a apresentar a fé aos jovens sem fórmulas rígidas, no respeito pela verdade do Evangelho.

Por sua vez, o delegado da Igreja Ortodoxa Romena, o bispo Atanasio de Bogdania, evidenciou a necessidade de favorecer aos jovens, mediante oração e ascese, uma relação pessoal de amizade com Cristo em tempos caracterizados por “mestres improvisados que se autoproclamam detentores da verdade.

Em nome da Federação Luterana Mundial, a jovem alemã Julia Braband recordou que os jovens não são somente o futuro, mas o presente da Igreja. Por conseguinte, devem ser olhados nos olhos, ouvidos e feitos partícipes.

O representante valdense da Comunidade Mundial das Igrejas Reformadas, Marco Alfredo Fornerone, ressaltou a “surpreendente proximidade” com o Sínodo vivida durante estes dias no Vaticano, com o convite a “ousar verdadeiramente a abertura à escuta”, porque “a realidade é mais importante do que a ideia”, observou.

Uma jovem presença feminina, representando o Conselho Mundial de Igrejas, Martina Viktorie Kopecka, focou a atenção no chamado feito por Deus a todos os jovens a ser mediadores e pontes na convicção de que “todos somos filhos amados de Deus”.

Por fim, o bispo anglicano de Nairóbi, no Quênia, Joel Waweru Mwangi, manifestou apreço pela escuta dos jovens por parte da Igreja católica e do Papa. Os efeitos da destruição da família serão catastróficos como as mudanças climáticas, e como cristãos somos chamados a denunciá-los, advertiu.

A importância da família e dos formadores, raízes das quais como ramos de uma árvore os jovens necessitam para crescer, ressoou constantemente nos pronunciamentos dos padres sinodais.

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12 outubro 2018, 13:40