Busca

Instrumentum Laboris (Instrumento de Trabalho) do Sínodo dos Bispos dedicado aos jovens Instrumentum Laboris (Instrumento de Trabalho) do Sínodo dos Bispos dedicado aos jovens 

Sínodo: a fé é uma aventura, a Igreja acompanhe jovens em seu caminho

Todo jovem é “terra sagrada”. Daí, a necessidade de aprofundar a relação entre Cristo e os jovens: o encontro pessoal com Cristo é a base de toda escolha vocacional, afirmam os padres sinodais. Na tarde de segunda-feira (15/10), a décima primeira Congregação Geral do Sínodo dos Bispos dedicado aos jovens.

Cidade do Vaticano

A resposta à vocação é felicidade e risco, porque a fé é uma aventura e é tarefa da Igreja ajudar os jovens a seguir adiante em seu caminho: partem dessa consciência as 14 sínteses das atividades dos Círculos Menores dedicados à segunda parte do Instrumentum Laboris (Instrumento de Trabalho), sobre o tema “Interpretar: a fé e o discernimento vocacional”.

Encontro com Cristo, base da escolha vocacional

As sínteses estiveram – na tarde desta segunda-feira (15/10) – no centro da 11ª Congregação Geral do Sínodo dos Bispos dedicado aos jovens.

Toda pessoa tem uma vocação ao amor de Deus, à comunhão com Ele a fim de que cada um cuide do mundo e da família humana, afirmam os padres sinodais.

Trata-se de uma vocação universal que dura para toda a vida e ter a justa consciência disso permite sentir-se solidários, mesmo na diversidade de credos e de divisões do mundo que caracterizam a humanidade. A vocação é também um chamado universal à santidade, que não significa “forçadamente”, mas é ser capaz de doar a si mesmos, com alegria.

O encontro com o olhar de Jesus

É Fundamental, ao mesmo tempo, acompanhar a vocação dos jovens rumo ao justo discernimento com credibilidade e clareza, mas sempre no respeito pela liberdade e sem deixar de lado o primado da ação divina.

Efetivamente, o encontro com o olhar de Jesus permite amadurecer interiormente e encontrar a graça e a misericórdia de Deus.

Somente assim os jovens não se sentirão abandonados a si mesmos diante de questionamentos radicais, como sobre a dor e sobre a morte. Todavia, mediante o discernimento, eles poderão descobrir sua profunda identidade e a contribuição única que podem e devem dar à Igreja e à sociedade.

Cristo é jovem entre os jovens

Em todo jovem a Igreja revela a sua presença e todo jovem é “terra sagrada”, reiteram os padres sinodais. Daí, a necessidade de aprofundar a relação entre Cristo e os jovens: Cristo é jovem entre os jovens e está atento aos processos de amadurecimento que se dão no coração dos jovens. Portanto, o encontro pessoal com Cristo é a base de toda escolha vocacional.

Quanto ao discernimento, é importante encontrar o ambiente oportuno, como o da comunidade eclesial, e um acompanhamento adequado, não necessariamente um presbítero, que seja bem preparado, carregue Deus no coração e tenha em consideração as emoções e relações da pessoa, sua afetividade.

De fato, o discernimento não é uma mera questão de método, e sim implica testemunhos críveis que possam permitir aos jovens responder livremente ao chamado do Senhor.

Acompanhamento seja pessoal e comunitário

Olhar para dentro de si, mas também olhar ao redor de si: é o que os jovens devem fazer, acompanhados pela Igreja. Por conseguinte, o acompanhamento à vida cristã será sempre pessoal e comunitário: na livre escolha de cada um segundo consciência, a comunidade deve ser para todos aquilo que a Igreja é para o mundo, ou seja, uma luz que indique o caminho rumo à comunhão com Cristo.

Porque a verdadeira vocação jamais é uma imposição, mas um convite. Portanto, os pastores saibam promover, nas comunidades de fiéis, uma consciência sólida da fé, a alegria da fraternidade, o gosto pela oração e o desejo de um testemunho de vida evangélica. Em tudo colocando sempre a pessoa livre de todo e qualquer tipo de abuso, quer de poder, quer físico.

A Crisma não é “diploma de emancipação” da Igreja

O termo acompanhar vem do latim “cum pane” e, portanto, é essencial acompanhar os jovens a partilhar a Eucaristia, afirmam os padres sinodais. A Sala do Sínodo sugere também uma maior atenção à Crisma, a fim de que tal sacramento não seja mais visto pelos jovens como um “diploma de emancipação” da Igreja, mas, pelo contrário, um modo para amadurecer na fé.

Ademais, observam, o fator tempo é essencial: deve-se ensinar aos jovens não ter pressa, a não temer o “para sempre” porque a paciência de Deus torna toda criatura humana capaz de escolhas determinantes.

Incluir os jovens marcados por fragilidades

A missão da Igreja é valorizar a força dos jovens e ajudá-los em sua fragilidade e é por isso que o Sínodo pede que não se exclua, mas inclua na vida eclesial os jovens que sofrem, acometidos por fragilidades físicas, intelectuais ou socioculturais.

Estes jovens são sujeitos ativos de transformação no seio de suas comunidades, representam um dom porque oferecem a todos a possibilidade de abrir-se à reciprocidade solidária.

Igual atenção deve ser dada às pessoas solteiras e às com tendências homossexuais porque é tarefa da Igreja acompanhar e ajudar os jovens a dar um sentido à própria vida, encontrando no mundo os sinais de Deus. Com efeito, o Senhor pensa grande para todo homem, a fim de que cada um possa trabalhar sempre melhor para construir uma Igreja autêntica.

Uma questão de linguagem

Estamos numa época de transição, rica de complexidade, mas a resposta de Jesus pode ser um sinal de esperança para os jovens que sofrem a dificuldade de dar um sentido à própria vida, afirmam os padres sinodais.

É também uma questão de linguagem, adverte o Sínodo: os jovens compreendem realmente quem está ai para eles e sabe falar, de modo existencial, de proximidade, de relações, de amor gratuito e sem interesses, que toca seus corações e mude suas vidas, dando esperança e desejo de bem.

O exemplo de São Paulo VI

O pensamento do Sínodo voltou-se, em seguida, para São Paulo VI, canonizado no domingo, 14 de outubro: seu olhar de fé sobre os jovens e sobre o diálogo com o mundo contemporâneo recordam que toda vida é vocação e que cabe à Igreja restabelecer a união entre si mesma e o homem moderno.

Por fim, toma pé a ideia – lançada dias atrás durante os trabalhos na Sala do Sínodo – de uma peregrinação partindo de um trecho da Via Francigena até o túmulo de Pedro, iniciativa dedicada aos padres sinodais e aos jovens participantes da Assembleia.

A Via Francigena (Francisca), como o Caminho de Santiago, é conhecida sobretudo como itinerário de peregrinação. Também chamada na Idade Média de vie romanee, tratava-se de caminhos que da Europa ocidental, em particular da França, os peregrinos percorriam para chegar a Roma.

O Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização encarregou-se da organização da iniciativa programada para quinta-feira da próxima semana, dia 25 de outubro.

Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp acessando aqui

16 outubro 2018, 11:06